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Combater as enchentes: uma questão de prioridade
Beth Sahão,psicóloga, mestre em sociologia e deputada estadual fala sobre a prioridade combater as enchentes
O dia 14 de janeiro de 2016 ficará marcado, na história de Catanduva, como um momento de dor e tristeza. Nessa data, a cidade foi atingida por uma das piores enchentes de sua história. Centenas de residências, estabelecimentos comerciais e até prédios públicos foram invadidos pelas águas do rio São Domingos, que transbordou devido às fortes chuvas que atingiram a a região no decorrer daquela semana.
Em situações dessa natureza, a tendência é de que assumamos, inicialmente, uma postura de perplexidade diante do ocorrido. Afinal, por mais que estejamos cientes das contingências da vida, dificilmente alguém estará plenamente preparado para lidar com momentos trágicos. Porém, agora que as águas baixaram e as pessoas afetadas pelas cheias começam a retomar sua rotina, temos de fazer uma reflexão sobre o ocorrido, de modo a que possamos extrair desse fato lições que possam contribuir para que episódios tristes, como o de 14 de janeiro, não voltem a ocorrer na cidade.
Se queremos, realmente, fazer uma reflexão aprofundada desse caso, não podemos nos deixar levar pela explicação simplista, adotada por alguns (inclusive certas autoridades), de que a enchente ocorreu porque choveu demais. Culpar a natureza por essa tragédia é fugir da responsabilidade, diante de uma questão de vital importância, que é o planejamento urbano. Temos de partir de um princípio básico: o rio existe há milênios. Em períodos com enormes volumes de chuva, ele fatalmente transbordará.
Cumpre aos gestores públicos buscarem meios de impedir que a população fique à mercê dos fenômenos naturais. É evidente que a sociedade brasileira despertou para o problema da ocupação urbana desordenada há relativamente poucas décadas. Porém, ao redor do País e do mundo, podemos encontrar inúmeros exemplos de cidades que realizaram investimentos maciços na gestão hídrica e conseguiram equacionar o problema das cheias.
No caso de Catanduva, faltou aos últimos governos municipais tratar como prioridade o enfrentamento às enchentes. Desde a última grande inundação, registrada em 2008, o município não avançou no sentido de implementar ações de médio e longo prazo, visando eliminar esse problema. Na verdade, sequer foram priorizadas as iniciativas de curto prazo, como a dragagem e a limpeza do rio São Domingo e seus afluentes. A falta de atenção com esse problema gravíssimo resultou nessa situação terrível, que atingiu centenas de famílias na cidade.
Os próximos governos de Catanduva terão de tratar a questão da drenagem urbana e do combate às enchentes como uma prioridade. Afinal, vidas humanas estão em risco e é dever das autoridades eleitas pensar nas pessoas em primeiro lugar.
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