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Faça coisas fora da agenda
Augusto Cury é psiquiatra, psicanalista, escritor e palestrante, autor mais lido da década no Brasil, com 50 milhões de leitores somente no país. Em seu artigo para Gazeta de Rio Preto essa semana ele fara sobre fazer coisas inesperadas, quebrar a mesmice.
Você é uma pessoa cheia de manias? Nada pode estar fora do lugar? Tem horário para tudo? Arruma os objetos sobre a mesa do mesmo jeito? Passa as férias no mesmo lugar? Não corre riscos? Não vai a restaurantes diferentes? Não faz novas amizades? É excessivamente previsível? Levanta-se da mesma maneira, enfrenta os problemas da mesma forma, cumprimenta as pessoas com as mesmas palavras, anda pelas mesmas ruas, possui os mesmos desejos? Precisa desenvolver relações saudáveis, mas não sabe construir pontes emocionais?
Um comportamento rígido afeta não apenas as relações sociais, mas também o desempenho profissional. Vivemos em sociedades democráticas e, portanto, ‘livres’, mas muitos são prisioneiros no território da emoção. Muitos trabalham durante anos no mesmo ambiente e nunca surpreendem seus amigos e colegas de trabalho. Todos têm uma criança alegre dentro de si, mas poucos a deixam viver.
Uma das questões mais importantes para serem revistas na atual sociedade é a necessidade de fazer coisas fora da agenda. Quem não faz coisas fora de sua agenda dificilmente aprecia a arte do diálogo. Por quê? Porque o diálogo é mágico, cruza nossos mundos, abala nossa falsa segurança, destrói nossa rigidez e nos faz chorar, sorrir, ver os nossos defeitos.
O diálogo aberto é uma maneira excelente para a formação de janelas e pontes saudáveis no relacionamento. Mas o diálogo está morrendo. Pais e filhos dividem a mesma casa, mas não a mesma história. Os jovens raramente rasgam seu coração e falam de si mesmos. As pessoas chegam em casa e a primeira coisa que fazem é ligar a TV ou ler um jornal. A aeronave de nossas mentes pode alçar voos altos ou rastejar. Nunca o homem se escondeu tanto dentro de si mesmo. Muitos só sabem falar sobre si mesmos quando estão diante de um psiquiatra ou psicólogo.
Liberte-se de suas manias! Seja flexível e alegre! Saia de vez em quando da sua rotina.
Fazer coisas fora da agenda é fazer coisas inesperadas, quebrar a mesmice. É nutrir sua história com aventura. É ser um caminhante nas trajetórias do próprio ser. É gastar tempo com aquilo que lhe dá lucro emocional e não financeiro. É ter um caso de amor com a vida. Fazer coisas fora da agenda é o frescor de uma vida excelente. Se você desprezar essa lei psicológica, você se internará num “asilo” emocional. Infelizmente, muitos vivem nesse albergue.
Quando fazemos coisas fora da agenda, somos capazes de descobrir novos sabores, lugares, o que aumenta ainda mais a nossa qualidade de vida. Ativamos a nossa criatividade. Libertá-la é fundamental para ser um pensador. Ser um pensador é pensar com maestria, inteligência, sabedoria. É sair do lugar comum, é romper o cárcere da mesmice.
Faça coisas que você normalmente não faz. Cumprimente as pessoas com entusiasmo, surpreenda seus amigos com atos inusitados, ande por ares nunca respirados, passe um fim de semana em lugares novos, dê flores em datas inesperadas às pessoas que você ama. Não seja um repetidor de ideias, crie oportunidades, não espere que elas surjam.
Augusto Cury é psiquiatra, psicanalista, escritor e palestrante, autor mais lido da década no Brasil, com 50 milhões de leitores somente no país.
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