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Tabagismo mata através de muitos caminhos
Artigo escrito por Ana Maria Garcia Cardoso, que é oncologista e diretora da Unidade Regional de Radioterapia e Megavoltagem de Rio Preto

A Organização Mundial de Saúde — OMS, instituiu em 1987 que o 31 de maio seja o “Dia Mundial Sem Tabaco”, e apesar dos riscos para a saúde serem enormes, a decisão de parar de fumar tem sido adiado por muita gente. A questão está relacionada a vários fatores, principalmente de origem emocional, que corroboram para que, neste ínterim, muitas doenças se desenvolvam. O cigarro está diretamente relacionado ao aparecimento de doenças cardíacas e cânceres, e inclusive ao próprio tabagismo, considerado também uma doença. Em todo o mundo morrem anualmente, 5 milhões de pessoas devido às várias formas de uso do tabaco.
Diante dos enormes malefícios do tabagismo, hoje quero deixar um alerta especificamente com relação ao câncer de boca. Mais de 80% dos casos da doença tem sua origem com o cigarro, cujos componentes químicos alteram a mucosa bucal e aumentam a vulnerabilidade a infecções. A opção freqüente de fumar em vez de passar fio dental, e de escovar os dentes após as refeições, faz do fumante o principal alvo das cáries, placas bacterianas, tártaro, gengivite, estomatites e hemorragia.
Quando o fumo e o álcool estão associados, o risco de desenvolver a doença aumenta mais de 100 vezes. Nos casos de câncer do lábio, a exposição ao sol é o principal fator, seguido do fumo, e dos dentes mal cuidados, que as vezes fraturados ou ponte agudos, agridem a mucosa da região labial. O câncer de boca tem cura se diagnosticado no início, e tratado da maneira adequada. Mas, metade dos casos no Brasil é diagnosticada tardiamente. Se não for detectado de maneira precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que resultam da confirmação adequada da cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Este câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos em torno de 50%. Este índice de sobrevida aumenta acentuadamente, quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento.
Para lesões iniciais, tanto a cirurgia quanto a radioterapia tem bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor. Depois do diagnóstico, uma equipe de especialistas que se compõe de cirurgião oncológico, radioncologista e oncologista clínico, desenvolve um plano de tratamento especial para cada paciente.
Embora a maioria das mudanças de atitudes e hábitos demande certo esforço, que a pessoas nem sempre estão dispostas a empreender, os riscos e conseqüências do tabagismo são muito grandes para que qualquer dependente continue alheio aos perigos desse vício. Além disso, o consumo pelos pais, ou a falta de consciência dos riscos, podem estimular “inocentes” vítimas, como os jovens, que cada dia mais cedo começa a fumar. Algumas pesquisas mostram o tabagismo começando em crianças de 9, e 12 anos de idade.
Vale e pena neste dia frisarmos os malefícios do fumo, muitas vezes encarado até com certo requinte e/ou “status”. O tabagismo faz muito mal à saúde e mata através de muitos caminhos, e alguns, como o câncer de boca, deixando seqüelas irreparáveis, e o próprio câncer de pulmão.
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