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Chanchada imoral e futuro
Artigo escrito por Dr. Eleuses Paiva, médico e ex-deputado federal.

O atual momento político partidário nacional faz-nos lembrar os antigos filmes de chanchadas. Grave, no entanto, é que a atuação do Congresso e os arrebanhamentos ministeriais não produzem chanchadas de humor ingênuo, burlesco, como as da velha Atlântida Cinematográfica, mas usam e abusam da imoralidade.
A sucessão de desrespeito à ética, à moral e ao civismo – e, mesmo, à civilidade –, escancaradas em sucessivas gravações e delações, é de estarrecer qualquer cidadão ou cidadã que aspire a uma política séria, moderna e modernizadora para o país.
O temor que brota naturalmente desse quadro deplorável é que homens e mulheres se desencantem com a política e passem a considerar todos os agentes públicos iguais, e, mais grave, desistam de buscar alternativas.
É urgente que homens e mulheres de bem, lideranças emergentes ou já estabelecidas à margem da fanfarronice daqueles, e as mídias de todas as naturezas, reajam a essa promiscuidade moral, às negociatas de grupelhos e indivíduos. É urgente abrir espaço às propostas que resgatem a esperança e consolidem o princípio fundamental da política, que é a busca do bem-estar coletivo, sem exclusões, e com investimentos prioritários em educação e saúde.
Essa cruzada cívica de toda a sociedade não pode olhar apenas o cenário distante, de Brasília. Tem de começar na base, os nossos municípios. As Câmaras de Vereadores e as Prefeituras devem ser as primeiras a passar por essa assepsia moral e cívica, por esse resgate da militância consequente em busca do bem comum.
É preciso buscar. É preciso fazer. Não basta ter consciência, nem basta esperar. Alguém já disse que destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha. Não é uma situação que se espera, mas que se busca.
Vamos espalhar a esperança de que a militância do bem pode acabar com a política do mal. E praticar a militância do bem. Se é para esperar, que seja para colher o que plantamos, como cantam os versos de Cora Coralina:
“Se temos de esperar,/que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida./Se for para semear, então que seja para produzir/milhões de sorrisos,/de solidariedade e amizade.”
Política é o que fazemos, ou o que deixamos os outros fazerem. Vamos fazer a nossa. Vamos melhorar a vida pública. Se a resposta for demorada, se não virmos resultados, nem assim deveremos desanimar ou desistir. Se não for por nós, será pelos nossos filhos e pelas gerações que estão a caminho.
Dr. Eleuses Paiva é médico e ex-deputado federal.
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