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Crise e gerenciamento responsável
Artigo escrito pelo médico e ex-deputado, Eleuses Paiva

A situação econômica do país preocupa. Empregados, donas de casa, empresários, cidadãos em geral vivem momentos de incerteza e insegurança. Para quem acompanha o noticiário, a incompetência no gerenciamento da crise salta aos olhos. Incompetência federal, estadual e municipal. E é justamente a questão da qualidade desse gerenciamento que precisa merecer o foco central de qualquer análise que busque solução para a crise que gera estagnação e desalento.
Uma rápida avaliação do contexto nos permite rascunhar deficiências gerenciais que contribuem para o atual quadro. A falta de investimentos em infraestrutura, por exemplo, que economistas respeitados apontam como fundamental na perda de competitividade interna e externa do país. Da mesma forma, a falta de planejamento estratégico de médio e longo prazos. Governos das três esferas vivem a improvisar reações imediatistas, com medidas meramente emergenciais. Não há plano de ação macro.
Nos três níveis da administração pública, ainda nos deparamos com o compadrismo irresponsável, a submissão da política econômica à política partidária, o apadrinhamento de gente despreparada, meros cupinchas, que representam custos sem benefícios para o interesse público.
Sob tal realidade, a máquina administrativa sucumbe diante das necessidades de todos os setores, em especial, educação, saúde pública, segurança, enfim, áreas de primeira necessidade para a sociedade.
Há ainda os escândalos que envergonham a todos e afastam segmentos – empresários, planejadores, técnicos, etc. – que poderiam contribuir com os projetos de gerenciamento, mas se ofendem, agredidos pelo escárnio que vaza da corrupção.
O que se vê é um país à deriva, manietado diante das carências sociais. São Estados falidos, municípios mendicantes – e administrações incoerentes e irresponsáveis na aplicação dos ralos recursos.
Quem mais perde com isso é a população. Por isso, é ela que precisa agir e cobrar um gerenciamento responsável e moderno no trato da coisa pública. Cobrar mudanças na política e, principalmente, nos políticos, para que o nível das administrações se eleve à medida das necessidades econômicas e sociais. O desânimo não pode prevalecer. É momento de reação cívica.
Este é um ano eleitoral. Ano de eleições municipais. Vamos começar a mudar pelo nosso município. Vamos exigir compromissos detalhados dos candidatos, exigir identificação prévia dos problemas e definição de propostas para superá-los.
Chega de filas nos serviços de saúde pública, creches sem vagas, escolas sem merenda, falta de segurança, superfaturamentos bandidos nos contratos, aditivos vergonhosos nos prazos de conclusão e nos custos das obras públicas.
Vamos começar a mudar pela nossa cidade. Só assim poderemos recuperar a esperança de dias melhores para todos.
Eleuses Paiva é médico e ex-deputado federal.
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