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Furacões e nomes, o legado de cada um
Artigo escrito por Roberto Lima
Em temporada de furacões, são comuns as brincadeiras que relacionam a violência e o poder de devastação desses fenômenos naturais que ganham nomes de mulheres. Porque quando vai embora, leva tudo. Temperamento forte e revolto, ou, porque mulheres são especialistas em tempestades. Cada um, conforme sua vivência com o sexo feminino, faz seu comentário sobre o assunto. Mas, vale a pena conhecer um pouco da verdadeira história sobre os nomes dos furacões. Inicialmente, eles não tinham nome ou eram identificados pelo santo do dia em que atingiam a terra. No início do século XX, um meteorologista australiano começou a dar aos furacões nomes de pessoas comuns, especialmente daquelas que ele detestava. Foi a partir de 1953 que nomes de mulheres começaram a ser formalmente adotados para identificar essas tormentas. A lista de nomes para os ciclones tropicais do Atlântico foi criada pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) e seu padrão foi usado para as listas de outras regiões do mundo. Em 1979, nomes masculinos começaram também a ser utilizados. Hoje, quem batiza cada novo furacão é o comitê da Organização Metereológica Mundial, agência da ONU, com sede em Genebra, na Suíça. Para cada temporada, são feitas listas com 21 nomes, em ordem alfabética, alternando masculinos e femininos. Os nomes são escolhidos nos idiomas das regiões afetadas e não são traduzidos. Assim, as tormentas no oceano Atlântico Norte recebem nomes próprios em inglês, espanhol e francês. Para se ter uma ideia, a atual temporada de furacões e tempestades no Atlântico, que começou em junho , já passou por por Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Gert e Harvey até chegar a Irma, Jose e Katia – duas tempestades que se tornaram furacões. E, qual é, na verdade, a importância de se dar um nome – e não números ou termos técnicos – a esses fenômenos? Usar nomes humanos facilita o trabalho da imprensa, reforça o impacto das advertências e ajuda na preparação das populações. Esse é o verdadeiro objetivo de nomeá-los. Andrew, de 1992, Katrina, de 2005 e agora, o Irma, considerado pelos metereologistas o segundo furacão mais poderoso registrado na história do Atlântico, se tornou o primeiro a manter por mais de 24 horas ventos de cerca de 297 km/h. O fato é que os nomes nada tem a ver com políticos, homenagens a pessoas ou somente nomes de mulheres. Nomeando cada furacão é mais fácil aguardar por ele. É possível observá-lo. Estudar suas características e se preparar para ele. Acompanhar se passam e tocam a terra com maior ou menor intensidade ou efeito devastador. Exatamente igual a nós. Seres humanos. Cada nome se revela de um jeito. Calmaria ou tempestade. Brisa leve ou tormenta. Construção ou demolição. Cada qual toca essa Terra com um propósito, um dom, um mistério. E, sempre, pelo seu nome, intransferível, será lembrado. Legado eterno.
Roberto Lima
Doutor em Ortodontia pela UFRJ.
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