Artigos
A Seleção do Supremo
Artigo escrito por Roberto Lima Filho

Talvez os ministros do Supremo Tribunal Federal não tenham o mínimo de percepção do quanto são nocivos ao Brasil. Muitas vezes cruéis e insensíveis, não percebem que, ao favorecer e estimular a impunidade, são agentes provocadores da miséria, da escassez, da doença, do analfabetismo e da violência. Estimulam e perpetuam as barbáries das injustiças e as atrocidades das diferenças sociais que tanto maculam nossa caminhada civilizatória. Quantas decisões tomadas por vaidade, arrogância e competição pelo poder. Birrentos e vaidosos. Ávidos por câmeras e microfones. Estrelas toscas de um céu de astros corruptos e sem glória. Personagens de um teatro de horrores, protagonistas que envergonham a cena contemporânea da História do Brasil. Tristes tempos esses em que o nosso medo não vêm tão somente dos bandidos e dos políticos. Somos ameaçados diuturnamente pelas emboscadas do próprio Supremo. São tão poucas às vezes em que eles acertam o alvo da verdade e da dignidade das virtudes do Direito. E também são tão raras as vezes em que eles mantêm um veredicto de brio e digno, que os ministros do STF podem ser denominados dos azarões da Justiça. Uma Justiça fraca, titubeante, agonizante. Talvez o nome mais odiado hoje no Brasil seja Gilmar Mendes, uma celebridade do mal. Zomba da nossa indignação. Solta bandidos com um prazer e uma empáfia jamais pensados para um senhor de toga. Outros ministros seguem a mesma linha. Desmoralizam seus pares. São mexeriqueiros e instáveis. Quando vencidos em alguma questão que não lhes agrada, contrária a sua posição, procuram os holofotes e os microfones para derramar a bílis e vociferar o resultado do julgamento. Atitudes indignas, imaturas, inapropriadas com a elevada posição. Aliás, por atitudes impróprias para a função, um recente exemplo chamou a atenção de todo o mundo. Tanto que, após o segundo jogo do Brasil na Copa da Rússia, a imprensa da Inglaterra criticou Neymar. A ele coube adjetivos como trapaceiro, mimado, dramático. Eu acrescentaria birrento. Segundo definições, birra é o ato ou a disposição de insistir obstinadamente em um comportamento ou de não mudar de ideia ou opinião. É ainda o ato ou consequência daquele que contraria alguém por capricho: implicância. Trapaceiro é o que age ardilosamente; o desonesto. Mimado é o tratado com mimos, muito protegido. E dramático, quem faz drama sem motivos. Se a imprensa britânica se refere a Neymar nesse tom, com essas classificações, é porque, com certeza, ela ainda não conhece os jogadores que atuam no nosso STF, e, em especial, o time da Segunda Turma. A todas essas denominações dos atletas da nossa parca Justiça, some-se uma porção de intenções não reveladas, obscuras, e, ainda, a presunção e a obsessão pelo poder, e teremos o caldeirão que arde e consome a Justiça brasileira.
Roberto Lima Filho
Doutor em Ortodontia pela UFRJ
Cidades2 diasVítimas de Icaraíma tinham registros por estelionato, tráfico e violência, afirma PC
Cidades1 diaMulher morre cinco dias após acidente com caminhonete na Murchid
Cidades2 diasOperação da Dise desmantela ponto de tráfico em boteco de Rio Preto
Cidades2 diasServidoras são afastadas após agressão em creche da região



