Artigos
O futebol, a criança e o machismo
Artigo escrito por Fernanda Colombo, Bacharel em Educação Física e árbitra-assistente de futebol

O futebol é o esporte mais popular do mundo, e no Brasil é praticado predominantemente por homens. Ver uma mulher em um campo já foi inaceitável, os tempos mudaram, mas algumas culturas enraizadas ainda não. Hoje a mulher possui espaço no futebol, seja como torcedora, jogadora, árbitra ou jornalista. Infelizmente, nem sempre é respeitada, o machismo, que vem de longa data, ainda perdura.
Jornalistas assediadas, jogadoras desvalorizadas, frases machistas da torcida. Tudo isso forma uma espécie teia machista, e que bravamente as mulheres, pouco a pouco, tentam limpar. A tarefa não é fácil, são muitas as barreiras impostas pelo domínio masculino. A culpa é do homem? Não, a culpa é da educação. Fazemos coisas que não sabemos o porquê, mas que foram ensinadas, e por isso fazemos. Uma antiga história conta que uma garota perguntou para sua mãe o motivo dela tirar o rabo do peixe para assar. Ela respondeu: “- Porque sua vó fazia assim!”. E a mãe da avó também, e a mãe da mãe da avó… até que um dia se descobriu que na verdade a matriarca tinha uma forma que não cabia o peixe inteiro, e ela cortava o rabo para poder assa-lo.
No futebol não é diferente, crianças entendem que o lugar de xingar é no estádio. Que o torcedor pode falar o que bem entender, e que futebol é coisa de menino. Por isso, para mudar a cultura do machismo, é necessário que se trabalhe na educação da criança. Tem que ensiná-la desde cedo que as mulheres merecem os mesmos direitos que os homens, que o futebol pode ser jogado por qualquer um, e que o estádio é um lugar de lazer para a família e não de depreciação.
Pai, mãe, eduque a criança para praticar a gentileza, para aprender a conviver num ambiente que pertence a todos, e que independentemente de raça, cor ou religião, todos merecem respeito. No livro “Vamos jogar futebol” faço uma reflexão de como a ética deve estar presente em todo o contexto de uma partida para que ela seja saudável e vibrante, afinal, o futebol é um esporte que une pessoas e proporciona alegria e emoção em todo o mundo.
Fernanda Colombo, Bacharel em Educação Física, árbitra-assistente de futebol de 2010 a 2016 e autora do livro “Vamos Jogar Futebol”.
Cidades1 diaVítimas de Icaraíma tinham registros por estelionato, tráfico e violência, afirma PC
Cidades1 diaMulher morre cinco dias após acidente com caminhonete na Murchid
Cidades1 diaOperação da Dise desmantela ponto de tráfico em boteco de Rio Preto
Cidades1 diaServidoras são afastadas após agressão em creche da região



