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Passaporte de vacina: quando os dados viram um desafio

Artigo escrito por Everton Cruz é o CEO da empresa franco-brasileira Mooh!Tech

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Com a volta das atividades presenciais e o avanço da vacinação, começamos a pensar em um novo futuro, distanciando-nos da realidade que atualmente vivemos devido à pandemia. E isso se estende aos eventos, segmento que pouco a pouco volta à normalidade. Para se ter uma ideia, até antes do início da pandemia, o setor era responsável por movimentar mais de R$ 250 bilhões por ano só com eventos corporativos. Entretanto, novos desafios precisam ser enfrentados, principalmente quando tratamos do passaporte de vacinação e a coleta e compilação dos dados vacinais, que estão sendo realizados neste momento. Tais informações precisam ser executadas, com segurança e igualdade para todos os cidadãos brasileiros.

Como ponto de partida, precisamos pensar que não se trata apenas de um comprovante de vacinação, mas também envolve desafios logísticos, organizacionais e, principalmente, técnicos, ligados diretamente com a informação dentro das instituições públicas e privadas na área da saúde. Isso significa, acima de tudo, que o País precisa analisar os dados disponíveis de forma segura, do ponto de vista sanitário, e simplificar o processo de certificação do documento no controle de acesso aos eventos.

Vale dizer que, quando se trata de eventos, também se envolve o setor de turismo, uma vez que muitas pessoas viajam não só para conferências corporativas, mas também para shows, partidas de futebol e ocasiões correlatas. Segundo estudo realizado pela empresa Conversion, em setembro deste ano já tivemos um registro de 150% de aumento de compras relacionadas ao turismo. Esse dado mostra que cada vez mais pessoas vão necessitar, para transitar de forma segura nas cidades, de um passaporte de vacina que permita a integração dos dados nacionais.

As tecnologias de cadastro de dados precisam ser efetivas e assertivas, além de integrar os sistemas entre os Estados e Municípios da Federação. Hoje, ainda não temos um grande banco de dados, ou seja, uma integração entre todas as informações coletadas pelos órgãos responsáveis nas respectivas cidades e estados do País.

Portanto, como possível consequência, alguns erros comuns precisam ser corrigidos em relação aos dados cadastrais, entre os quais: pessoas que tomaram apenas a segunda dose, mas não há registro da primeira dose; cidadãos com incompatibilidades relacionadas ao cadastro e documentação registradas, tais como numerações repetidas e utilizadas por mais de um usuário e, até mesmo, relacionadas a pessoas em que o cadastro mostra que elas tomaram mais de uma vez a primeira dose da vacina.

Essas inconsistências de informações são regulares e precisam ser apuradas, para que possamos ter assertividade na certificação dos passaportes de vacinação e com isso alinharmos ao objetivo principal: o de combater a proliferação do vírus, com segurança profilática, em um período pós-vacinação.

É salutar considerar que a coleta dessas informações e a análise de dados não ocorrem apenas a partir da atual crise provocada pelo coronavírus. É válida também para outras situações, como a vacinação da gripe e outras enfermidades, bem como todos os processos que são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no território nacional.

E, mesmo quando esses dados compilados estiverem amplamente verificados, com eventuais erros corrigidos, há ainda um ponto a ser considerado que é facilitar a vida do usuário dos passaportes de vacinação. Somente alinhados com o que há de mais moderno na tecnologia da informação podemos ter um documento que realmente traga segurança e eficiência para esse momento. Entretanto, para que os municípios possam se preparar para essa nova realidade, precisamos ter o máximo possível de precisão, algo que apenas a tecnologia pode proporcionar.

Everton Cruz é o CEO da empresa franco-brasileira Mooh!Tech, desenvolvedora da Tecnologia Chronus.

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