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Por que a embolia pulmonar é tão grave e pode ser fatal?

Artigo escrito pelo Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel

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Durante a pandemia, houve um aumento exponencial dos quadros tromboembólicos na população positiva para o Coronavírus. Além dos tradicionais fatores de risco para trombose venosa profunda e embolia pulmonar, a infecção viral também se mostrou extremamente pró-trombótica, agredindo de maneira impiedosa nosso sistema imunológico e criando um ambiente inflamatório tão intenso, capaz de formar micro e macro trombos em diversos segmentos da nossa circulação.

A trombose venosa profunda e a embolia pulmonar associadas à Covid-19 destacaram-se nestes últimos dois anos de pandemia pela elevada incidência, especialmente em pacientes internados em unidades de terapia intensiva, mas acima de tudo, pela gravidade clínica e radiológica, com piora rápida e irreversível do quadro respiratório inicial.

Atualmente, não discutimos a cura clínica da infecção viral, uma vez que diversos sintomas inespecíficos, que especulamos estar associados ao Coronavírus, podem se manifestar tardiamente, em período compreendido entre 3 e 6 meses após a alta hospitalar. Isto significa que os cuidados de higiene, as medidas sanitárias, o distanciamento, o uso de máscaras e, sobretudo, o acompanhamento médico deve ser continuado e estendido enquanto os sintomas suspeitos persistirem. Dentre estes, podemos ressaltar as dores nas pernas, o inchaço das extremidades, o distúrbio auditivo e olfativo, as alterações de memória e a queda capilar.

A embolia pulmonar, doença que recentemente abreviou a vida do cantor Maurílio Delmont Ribeiro, caracteriza-se pela obstrução das artérias pulmonares por coágulos sanguíneos, resultando em comprometimento respiratório e cardíaco, com evolução indesejada em grande parte dos casos. Assim como apresentado pelo cantor Maurílio, o mal súbito decorrente do quadro embólico pulmonar pode ser antecedido por dores nas pernas.

As dores nas pernas, especialmente quando associadas a inchaço, representa a manifestação clínica da trombose venosa profunda, que se caracteriza pela presença de um coágulo de sangue que se formou na circulação venosa das pernas. Se o diagnóstico não for realizado precocemente e o tratamento anticoagulante não for instituído, a instabilidade do coágulo resulta em seu desprendimento da circulação venosa periférica, com impactação nas artérias pulmonares.

A obstrução pulmonar prejudica as trocas respiratórias, com redução da oxigenação sanguínea e quadro de falta de ar importante, que pode evoluir para insuficiência respiratória com necessidade de ventilação artificial. Além disso, ocorre a sobrecarga cardíaca em decorrência do aumento da pressão nas artérias pulmonares, com evolução para insuficiência cardíaca e parada cardiorrespiratória.

Apesar da gravidade da embolia pulmonar, seu diagnóstico pode ser efetuado com avaliação detalhada, através do check-up vascular. O exame de doppler vascular identifica a presença de coágulos de sangue na circulação venosa periférica, responsáveis pela embolia pulmonar. Além disso, o tratamento com anticoagulante deve ser realizado sempre de acordo com a recomendação do cirurgião vascular, que representa o profissional adequado para conduzir o tratamento clínico e cirúrgico da embolia pulmonar.

Manter o acompanhamento médico, em especial após a infecção pelo Coronavírus, é essencial para o diagnóstico e tratamento precoce dos quadros tromboembólicos. Se houver dúvidas, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br para maiores informações.

 

Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago)

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