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Franchising segue imune à crise e às incertezas políticas

Setor teve aumento de 11,2% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, estimulando mais empresários a investirem nesse modelo de expansão

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O setor de franchising, que contribui diretamente para o desenvolvimento socioeconômico do município – afinal, Rio Preto é celeiro de franquias – é um exemplo nítido de que, com bom planejamento e uma pitada de ousadia, é possível se fortalecer para enfrentar as incertezas econômicas e políticas. A prova disso está em relatório recente divulgado pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), mostrando que o setor teve aumento de 11,2% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 63,8 bilhões ante R$ 57,4 bilhões registrados nos seis primeiros meses de 2014.

Parte desse montante tem beneficiado diretamente Rio Preto, já que a cidade é a nona no ranking do estado, representando 15% do franchising em São Paulo. De olho nesse clima de otimismo, Aristides Ianelli Júnior, proprietário da Estagilize – uma das principais agências de recrutamento de estagiários de Rio Preto – apostou no sistema de franquias para expandir o seu negócio e ampliar a sua receita.

“Há sete anos estudo o modelo de franchising para aplicar na Estagilize, mas agora é que me senti seguro para lançar essa franquia no mercado”, conta Ianelli Júnior. “É no momento de crise que o setor de franquias cresce. Há muita gente procurando caminhos que tragam segurança, como é o caso das franquias, que já contam com processos testados”, avalia.
Ainda de acordo com o proprietário da Estagilize, outra vantagem na escolha de uma franquia de serviços é que o franqueado entra com o investimento inicial e sua força de trabalho, sem necessidade de compra de estoque, como existe nas franquias de varejo. “O custo fixo é baixo, o que garante alta rentabilidade e segurança”, ressalta.

Outro empresário que seguiu o caminho de franchising foi Matheus Belentani, diretor da Tia Sô Mini Delícias. A marca, que oferece no cardápio mini-salgadinhos doces e salgados, tornou-se franqueadora há quatro meses e já conta com três franquias em Rio Preto e outras duas em fase final para inauguração. “A crise não tem atrapalhado nosso crescimento – muito pelo contrário, abrimos outras duas franquias na região e temos mais quatro em negociação”, atesta Belentani.

Pioneirismo
Quando o assunto é sucesso, por meio do franchising, um dos cases históricos é a Concretta – Escola de Construção Civil, que é a maior e a primeira rede de franquias no segmento da Construção Civil. De acordo com o CEO da Concretta Franchising, Miguel Pierre, cerca de 30 mil alunos já foram formados e hoje há 12 mil alunos estudando na rede. “Tenho 51 unidades vendidas e 31 em operação em diversas regiões. A expectativa é inaugurar mais três unidades no último semestre desse ano, em Tatuapé, Recife e Cuiabá. Para 2016, estamos otimistas e realistas, estimando' a venda de 15 novas escolas”, diz.

De acordo com ele, o foco da rede continua sendo a classe C, mas a ordem desse ano, mediante o cenário econômico retraído, foi diversificar a receita dos franqueados. “Nosso nome ‘escola da construção’ está no epicentro da crise e como prevenção nos movimentamos rapidamente. Diversificamos o público, agora temos cursos para arquitetos, gestão de obras, almoxarife, que faz parte de todas as empresas e não só na construção civil. Temos cursos de pequenos reparos e reformas, incentivando o aluno a ser empreendedor, além de cursos digitais interativos como contabilidade rápida, autoCAD e outras opções, visando novos públicos”, conta Pierre, que comemora ainda o salto de sete para 56 cursos, em apenas seis meses.

Ainda sobre a crise, o CEO afirma que “já que o governo não possui gestão, a iniciativa privada, neste segmento, nada de braçadas”. A Concretta, na visão dele, é uma das saídas para o brasileiro que sofre com a falta de qualificação. “Nosso foco é encaminhar o aluno para o mercado ou incentiva-lo a empreender. Construção civil tem uma demanda reprimida de qualificação, passa por uma modernização estrutural no atrasado sistema construtivo e independente de estar em alta ou baixa, é uma oportunidade para essas pessoas terem seu primeiro certificado.

Mão na massa
“Franquia é como qualquer empresa, onde o ‘dono’, principalmente no primeiro ano, precisa colocar a mão na massa. Só assim ele poderá, no futuro, cobrar e delegar da sua equipe, tendo pleno conhecimento do negócio” (Miguel Pierre, CEO da Concretta Franchising)

Trabalho dobrado
“Mais vale um empreendedor focado, com pouco dinheiro, do que um investidor que não atuará no negócio. Ao contrário do que muitos pensam, o franqueado precisará ralar muito. Em tempos de crise, tem que trabalhar dobrado para não deixar a crise entrar pela porta. Crise para alguns e oportunidades para outros” (Miguel Pierre, CEO da Concretta Franchising)

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