Cidades
Em Fernandópolis, Semeghini é condenado a 16 anos e quatro meses em regime fechado por matar mulher
Julgamento terminou na madrugada desta sexta-feira (dia 9) no Tribunal do Júri. Médico matou a mulher dele, Simone Maldonado, em outubro de 2000. Ele vai aguardar em liberdade o transitado em julgado
Alex Pelicer/Enviado Especial
O médico Luiz Henrique Semeghini foi condenado na madrugada desta sexta-feira (dia 9), pelo Tribunal do Júri – formado por seis mulheres e um homem – de Fernandópolis, a 16 anos e quatro meses de prisão por homicídio duplamente qualificado, em regime fechado. Semeghini matou com sete tiros a mulher dele, Simone Maldonado, em outubro de 2000. O crime foi em Fernandópolis. Ele vai aguardar em liberdade o transitado em julgado. O julgamento durou cerca de 15 horas e foi acompanhado por familiares e amigos de Simone, imprensa e estudantes de direito. O médico, que confessou o crime, chegou a ser julgado em 2008. A sentença, na época, foi de 16 anos de reclusão, mas o júri foi anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ).
Por volta das 8h de quinta-feira (dia 8), pelo menos 150 pessoas já faziam fila em frente ao Fórum de Fernandópolis para acompanhar o julgamento. O Salão do Júri, que tem capacidade para 100 pessoas, ficou lotado durante todo o júri popular.
Durante o depoimento, o médico chorou e pediu desculpas aos pais e familiares de Simone, que chegaram cedo para acompanhar o julgamento. Em alguns momentos, Semeghini caiu em contradição. Em depoimento à polícia, na época do assassinato, ele disse que durante a festa onde estavam, Simone teria conversado com vários homens. Diante do juiz e jurados, o médico disse que a mulher teria conversado apenas com amigos da filha, que tinha 12 anos no ano do crime. A defesa alegou que Semeghini não atirou na mulher enquanto ela dormia. Ele, segundo os advogados de defesa, teria matado Simone após uma “explosão de ciúmes”.
Ainda durante o depoimento, Semeghini falou que tinha bebido um pouco durante a festa. O casal teria voltado normalmente para a casa. De acordo com ele, a briga teve início quando o médico teria tentado dar um beijo de boa noite na mulher e Simone teria dito que estava cansada “da vidinha que tenho. Fui ao baile para ver o amor da minha vida. Não me produzi para você”, disse ele em seu depoimento, alegando que a vítima contou que tinha um amante. Depois disso, o casal teria entrado em luta corporal e ele atirou contra ela.
Sobre a briga
Um dos momentos mais emocionante do júri foi quando o promotor Fernando César de Paulo se referiu ao pai de Simone. “Fico imaginando o senhor Hélio vendo a filha morta. Foi ele o primeiro a dar um banho nela [Simone] quando nasceu, para depois ver o genro dar um banho de sangue nela. Penso também como se senti este pai que entregou a mão da filha para o seu algoz”, disse o promotor.
Hélio Maldonado, pai de Simone, acompanhou, desde cedo, o julgamento de Semeghini, ao lado do filho Ralph Maldonado. “A Justiça foi feita. Agora ficaremos um pouco mais em paz”, disse o irmão de Simone, após a leitura da condenação. Alberto Zacharias Toron, advogado de Semeghini, não falou com a imprensa antes do julgamento, quando chegou ao Fórum por volta das 8h30. Após a sentença, o advogado se limitou em dizer que vai recorrer da decisão.
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