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Morre Waldemar de Oliveira Verdi, fundador da Rodobens

Empresário faleceu na noite de domingo (11) aos 97 anos de idade

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Faleceu na noite deste domingo (11), aos 97 anos, Sr. Waldemar de Oliveira Verdi, fundador das empresas Robobens.

História

Nascido em 1918, aos 14 anos Verdi largou o ginásio para fabricar vassouras de piaçava, associando-se a um professor de Português. Mas logo percebeu que o sujeito “não queria nada com nada” e continuou na empreitada sozinho.

No negócio de vassouras, ele fazia de tudo – da compra de matéria-prima na roça até sair vendendo pela região. “Eu tinha muita vontade de trabalhar. Sonhava em ser grande!”, dizia o presidente do Conselho da Rodobens, um dos mais importantes conglomerados do País, atuando nas áreas de automóveis, seguros, financiamentos, incorporação, construção e consórcio de imóveis. Avaliado em R$ 5,5 bilhões, engloba 50 empresas no Brasil, Argentina, Chile e Estados Unidos e emprega 6 mil funcionários diretos.

Verdi inventou de trabalhar com torrefação de café, casou-se aos “19 e meio”, mudou-se para Vila Floresta (hoje, município de Floreal), onde passou aMasao Goto Filho/ e- Sim.

Fundou então a Casa Verdi e implantou filiais – casas comerciais que vendiam de tudo, “de vestido de noiva a mortalha para caixão”. No tempo da venda a granel, foi o primeiro a utilizar pequenas embalagens. Construiu uma usina descaroçadora de algodão e com a capacidade ociosa do motor da máquina de beneficiamento, implementou na cidadezinha de 200 habitantes a iluminação pública, pagando do bolso os custos. Tinha 21 anos.

Entre 1940 e 1941, trocou um automóvel de motor V8 por um “teco-teco de dois lugares e 45 cavalos, que só alcançava os 100 km/h”. Sem saber pilotar, treinou por “1 hora e 28 minutos” e saiu voando. Voou 500 horas até tirar o brevê.

Com uma frota de 50 caminhões, virou o rei do algodão e um dos únicos dois correspondentes do Banco do Brasil que havia na época. O outro era “o Moreira Salles”, Walter, fundador do Unibanco. “Fazia cobrança, financiava agricultores… Mas veio a praga do algodão e a quebradeira geral. Em 1947, liquidei a empresa, vendi tudo, paguei todo mundo, fiquei a zero. Como sempre fui curioso com o negócio automobilístico, em 1949 abri uma concessionária Studabaker. Mas não estava contente com a marca, mudei para Mercedes-Benz. E nunca mais vendi um caminhão que não fosse Mercedes”.

Foi assim que nasceu a Rodobens, em 1949, em São José do Rio Preto. Em 1966, ao lado do filho, Waldemar Verdi Junior (atual presidente do grupo), lançou o primeiro consórcio de caminhões do Brasil. E a marca acabou se tornando a maior revenda de caminhões Mercedes.

Quando resolveu criar uma marca, queria algo “para esparramar por este Brasil e mostrar aos clientes que, não importa onde ele estivesse, encontraria uma Rodobens para atendê-lo”. Verdi misturou 'Rodo', de rodar, e 'bens', de Mercedes-Benz, trocando apenas a letra Z pelo S. Para o empresário, a marca alemã tem duas coisas muito importantes: prestígio internacional e nome de mulher.

Certa vez, quando recebeu o prêmio Empreendedor do Ano, Verdi afirmou que ser um empresário honesto no Brasil é um ato de heroísmo. “As dificuldades são imensas. Mas nunca jogamos em terrenos acidentados. Nunca entramos em situações de risco. Somos muito conservadores, o que não proporciona privilégios e crescimento rápido, mas garante continuidade e estabilidade.”

Fonte: Diário do Comércio

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