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Chegada do vírus Zika ao Sudeste é inevitável, diz infectologista

Nesta quinta-feira (dia 26) foram anunciados dois casos de microcfalia, na capital paulista, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba.

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A chegada do vírus zika ao Sudeste é inevitável, segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do Pronto-Socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Nesta quinta-feira (dia 26) foram anunciados dois casos de microcfalia, na capital, em gestantes que vieram de Pernambuco e da Paraíba.

“Há riscos, devido às chuvas, ao calor e à presença do Aedes aegypiti (mosquito transmissor do vírus)”, disse. De acordo com o infectologista, como há Zika circulando pelo Nordeste, é inevitável que o vírus chegue à região Sudeste. “No final deste ano, é para vir dengue (também transmitida pelo Aedes) com muito força”, acrescentou.

Ralcyon explica que as duas mulheres com casos confirmados em São Paulo já passaram da fase de transmissão do vírus, que dura aproximadamente 11 dias. “Para essas, mulheres não existe mais riscos, pois ela não têm circulação do vírus no sangue. Assim, não passa para outras pessoas, mesmo com o mosquito as picando”, disse.

Recomendação às gestantes

As mulheres grávidas devem redobrar a atenção para evitar o contato com o Aedes aegypiti. Ralcyon disse que pouco se sabe sobre como a infecção afeta o feto durante a gestação, mas a formação dos órgãos do bebê ocorre até o segundo trimestre da gravidez. “É o período mais importante. Provavelmente, as infecções mais precoces, no início da gestação, são as que mais comprometem”, disse ele.

A microcefalia pode ser consequência de um problema ósseo da cabeça do bebê, que geralmente se resolve com o tempo, de uma malformação congênita ou infecção adquirida pela mãe (caso do Zica). Crianças com microcefalia desenvolvem, em 90% dos casos, algum nível de retardo mental.

Por isso, as gestantes devem ficar atentas aos sintomas do Zika: vermelhidão na pele, dor no corpo, febre, coceira e olhos vermelhos. Além disso, a população precisa ajudar na eliminação do mosquito vetor. “Nunca se tornou tão importante a ideia da prevenção ao mosquito. Não deixar água parada, verificar os focos em casa, usar telas e repelentes de ambiente ou tópicos. A maioria dos focos do Aedes está dentro de casa”, disse Ralcyon.

Ontem, o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, também reforçou a necessidade do combate ao mosquito, já que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika. “O que tenho dito é que a dengue é potencialmente mais grave para uma gestante do que o vírus Zika. Temos relatos de óbitos de gestantes com dengue. Temos relatos de aborto no período de infecção por dengue e de comprometimento do feto”, disse Padilha.

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