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Em Rio Preto, testes da vacina contra a dengue vão começar em fevereiro

Imunização é desenvolvida pelo Instituto Butantan e será testada em 1,2 mil rio-pretenses. Famerp vai coordenar e selecionar os voluntários, em parceria com a Secretaria de Saúde de Rio Preto

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Os testes da vacina contra a dengue em Rio Preto vão começar em fevereiro. A imunização é desenvolvida pelo Instituto Butantan. A informação foi apurada pela equipe de reportagem da Gazeta de Rio Preto. O cronograma, onde constará também o passo a passo para a seleção dos 1,2 mil voluntários rio-pretenses, será divulgado nos próximos dias. No ano passado, a cidade registrou 11 mortes e quase 22 mil casos de dengue. Nesta sexta-feira (dia 15), a Secretaria Municipal de Saúde divulga um levantamento, por meio do site da Prefeitura, com os primeiros casos da doença registrados neste ano. O boletim epidemiológico é divulgado de 15 em 15 dias. 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou no dia 11 de dezembro a terceira fase do estudo, que consiste em vacinar no total 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões brasileiras. O convite aos interessados e o acompanhamento dos voluntários do teste serão feitos por serviços de pesquisa independentes.

A vacina do Butantan tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, ou seja, enfraquecidos. O objetivo é que a vacina contra o Aedes gere forte resposta imunológica, mas que não tenha capacidade de provocar dengue.

A perspectiva é vacinar o número total de participantes em até um ano. Essa será a terceira e a última etapa do estudo para obter o registro da primeira vacina brasileira contra a dengue e, assim, disponibilizá-la na rede pública para campanhas de imunização em massa. No município, a Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto) foi credenciada pelo Instituto Butantan e, consequentemente, ficará responsável pela coordenação e seleção dos voluntários, em parceria com a Secretaria de Saúde de Rio Preto. Poderão participar do estudo pessoas que estejam saudáveis, que já tiveram ou não dengue e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o governo do Estado e o Butantan avaliam ser possível ter a vacina disponível até 2017.

“A dengue é uma doença endêmica no Brasil e em diversos países. A vacina brasileira produzida pelo Butantan, um centro estadual de excelência reconhecido internacionalmente, será certamente uma importante arma de prevenção para que o país possa delinear estratégias de imunização em massa, protegendo nossa população contra a doença e suas complicações, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

Na terceira fase da pesquisa, os estudos visam a comprovar a eficácia da vacina contra a dengue. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se tomou a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.

“Essa é a primeira vez que um produtor público realiza ensaios clínicos nestas dimensões, com essa quantidade de voluntários, mobilizando todo o Brasil. Estamos perto de termos uma solução 100% nacional para um problema que aflige nosso país”, diz o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.

Acompanhamento

Os voluntários serão acompanhados pela equipe médica responsável pelo estudo durante cinco anos e é importante que residam na região do serviço de saúde da pesquisa para facilitar o acompanhamento. Durante o período no qual o voluntário participará do estudo estão programadas, ao menos, 10 visitas aos centros de saúde do estudo para avaliações médicas e coleta de exames e 28 contatos telefônicos da equipe de pesquisa. A assessoria de imprensa da Famerp limitou-se a dizer que não havia novidades sobre o assunto.

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