Cidades
Pitó ganha novo lar e é adotado por bombeiro
Cãozinho retornou à base do Grupamento Aéreo de Rio Preto com nova família para rever os amigos durante estadia por lá
Desde o início do ano, quando foi resgatado de uma forte chuva, o cãozinho Pitó vivia temporariamente na base do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Rio Preto e aguardava um novo lar. A espera terminou na semana passada, após a Gazeta de Rio Preto contar com exclusividade a mobilização dos policiais à procura de um lar para o cãozinho. Eles até criaram uma página para o animal no Facebook. Contrariando o ditado popular: “Santo de casa não faz milagre”, a família que adotou Pitó é a do sargento Alexandre Xavier, do Corpo de Bombeiros de Rio Preto.
Além de uma nova e confortável moradia, outra mudança na vida do cãozinho foi seu nome. Antes Pitó, agora Pitô. A sutil alteração tem um motivo. “No helicóptero Águia a tomada estática que faz a medição de velocidade da aeronave é chamado de tubo de pitot (lê-se pitô) e nos caminhões do Corpo de Bombeiro o pitot mede a pressão e vazão dos hidrantes. Por isso, a ligeira alteração”, explica o Sargento.
A decisão de adotar um novo integrante à família veio à tona depois que bandidos invadiram e furtaram diversos objetos da família, como explica Alessandra Xavier, que é a mulher do sargento. “Há duas semanas ladrões furtaram diversos eletrônicos de nossa casa. Levaram objetos do quarto do Alexandre (filho do casal) e então decidimos adotar um cachorro para fazer a segurança e também fazer companhia para o nosso filho”.
Antes da adoção, a família foi até o centro de zoonose de Rio Preto. “Dias antes de adotar o Pitô, estivemos lá, mas o cachorro que planejávamos levar para casa tinha sido adotado. Então fomos ao canil da PM. Foi quando comentei com meu marido sobre a reportagem na Gazeta de Rio Preto e fomos até a base para conhecê-lo. Foi amor à primeira vista” afirma Alessandra.
“Ele é muito amigo e companheiro. Fica o dia ao meu lado. Sempre está grudado querendo brincar. Ele é um cachorro com bastante energia e é bem ativo. Sem dúvida, é uma parceria que deu muito certo” conta o filho do casal.
Reencontro
Na quarta-feira (dia 27), Pitô retornou a base para ‘rever’ os amigos e fazer mais uma amizade, desta vez, de um companheiro da mesma espécie. Luck, mascote da família do Capitão da Polícia Militar André Luiz Paes, também compareceu ao encontro.
“Tínhamos um beagle e ele morreu com dois anos. Então eu, minha mulher e minha filha decidimos ter outro cachorro, mas que seria adotado. No mesmo dia, fomos ao centro de zoonoses da zona norte de São Paulo e vimos vários cães. O Luck estava em sua jaula e ao nos ver começou a brincar. Ficamos apaixonado ”, conta Paes.
Luck está na família há quase dois anos. “Ele é muito companheiro, são animais que trazem à alegria para casa”, afirma. Quem também pôde matar a saudade do Pitô foi o tenente Leonardo Carbonari Fernandes, que resgatou o cachorro na avenida Clóvis Oger no dia 3 de janeiro. “É uma alegria muito saber que ele tem uma nova casa, que irá receber todo carinho e atenção. Não queremos perder o contato, ele virou um integrante daqui”.
A veterinária Camila Carneiro Fontes, responsável pelos cuidados da saúde do Pitô, acompanhou o reencontro. “Estou feliz por que o Pitô irá viver com uma família bem legal, que tem um adolescente com bastante energia para brincar com ele. É uma família perfeita”.
A admiração da veterinária pela história de Pitô vai muito além da sua paixão por animais. Em casa, Camila tem 50 animais e por isso pode falar com categoria sobre a importância da adoção. “Ainda existe um certo preconceito na adoção, mas felizmente esse quadro vem mudando nos últimos anos. Antes de adotar um animal pedimos para que as famílias percorram os centros de zoonoses e ONGs das cidades”.
Em Rio Preto, as ONGs Fauna (Francisco de Assis União Protetora dos Animais) e a Arpa (Associação Rio-pretense de Proteção aos Animais) promovem adoções de animais abandonados pelas ruas e avenidas de Rio Preto.
“As pessoas têm o direito de comprar cachorros e gatos, mas antes da compra, pense também na possibilidade de adoção. Eles merecem carinho e infelizmente muitos morrem à espera de um novo lar nos centros de zoonoses. Temos aqui no interior de São Paulo casas bastante espaçosas. Pensem nesta possibilidade. Sem dúvida, o carinho que a pessoa irá doar, também vai receber. Ter esses animais por perto vale a pena”, afirma o capitão.