Cidades
Trânsito local ganha nove motos por dia
Em apenas um ano, Rio Preto teve mais 3.216 motos circulando pelas ruas e avenidas, totalizando uma frota de 94.990 motos

O trânsito de Rio Preto ganha em média nove motos por dia. Em março do ano passado, a frota local deste tipo de veículo totalizava 91.774 unidades. Agora, de acordo com o último dado disponível pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), as ruas e avenidas do município ganharam mais 3.216 motos e com isso o número total da frota saltou para 94.990 unidades, o que representa um crescimento de 3,5%. Já o crescimento na frota de carros foi inferior e chegou a 2,2%, comparando o mesmo período. Em março de 2015 eram 196.520 carros circulando pela cidade e no mesmo mês deste ano o número chegou a 201.012.
O vendedor Carlos Luis Sampaio Silva, de 33 anos, morador do São Manoel, comprou a moto no início do ano. Ele guardou uma parcela do 13º e juntou com o 1/3 de férias para comprar sua moto em janeiro deste ano. “Queria ter um carro, mas optei pela moto por ser mais barata e econômica, principalmente se tratando de combustível tão caro ultimamente”, afirma ele.
Uma das preocupações do vendedor e da maioria que utiliza moto no município é a multiplicação de buracos e crateras pelas ruas e avenidas. “Não tem como negar que a moto é mais perigosa que o carro. Ainda mais se tratando de Rio Preto que tem buraco por todos os lados”, disse.
De acordo com o último levantamento apresentado no 1º Fórum Nacional da Cruz Vermelha Brasileira sobre Segurança Viária, os acidentes envolvendo motos já são a principal causa de ocorrências de trânsito no Brasil, ultrapassando os atropelamentos de pedestres. Atualmente, mais de metade das internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são de motociclistas, que respondem por três quartos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).
“As motos mudaram o padrão da mortalidade, com a expansão muito forte da frota de motos nos últimos 10 anos, e hoje a principal vítima no trânsito já é o motociclista. O pedestre era historicamente quem mais sofria no trânsito, agora é o motociclista. Há vários fatores que incidem diretamente nesta utilização maior das motos, que é um veículo com um risco maior agregado do que um veículo de quatro rodas”, disse o médico Fernando Moreira, especialista em medicina do trânsito e conselheiro da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
O médico também chamou a atenção para a dispensa de itens obrigatórios de segurança, como capacete e calçado fechado. Além disso, ele denunciou que, em muitas cidades do país, principalmente no interior, é comum as pessoas pilotarem moto sem terem documento de habilitação.
“Lamentavelmente, em nosso país, não se usa um item obrigatório, que é o capacete. Muitas pessoas sequer têm habilitação para andar de moto. Em alguns locais do interior do país, 60% a 70% das pessoas não são habilitadas para dirigir moto, não conhecem minimamente a legislação de trânsito”, afirma.
Fraturas graves
O especialista em medicina do trânsito está acostumado a testemunhar casos de fraturas graves decorrentes de motociclistas sem equipamentos de proteção, que, se fossem utilizados, salvariam muitas vidas.
“Está se formando uma verdadeira legião de pessoas com deficiência, por traumas relacionados à motocicleta. Temos visto um crescimento enorme do número de pessoas com deficiência física estabelecida, em membros superiores e inferiores, e coluna vertebral com problemas graves, como paraplegia, tetraplegia, em função da má utilização desse veículo que tem um risco maior associado”. Não é à toa que o Brasil ocupa as primeiras posições entre os países com maior número de mortes no trânsito.
Responsabilidade no trânsito
“O importante é que o condutor da moto entenda que ele tem de se portar no trânsito em uma atitude preventiva, utilizar todos os equipamentos de segurança, respeitar os limites de velocidade. Também tem que lembrar que o carona tem de usar o capacete. E não pode transportar crianças com menos de 7 anos de idade”
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