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Acusados de matar delegado são levados a DIG de Rio Preto

Os dois acusados de matarem o delegado Guerino Solfa Neto foram apresentados na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto. As investigações ainda continuam

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Abner Saulo Oliveira Calixto, de 26 anos, e Rodrigo Geraldo Costa Lima, 28, acusado de executarem o delegado Guerino Solfa Neto no último sábado, foram apresentando na manhã desta sexta-feira (dia 1) na Delegacia de Investigações Gerias (DIG) de Rio Preto.

Os dois permaneceram detidos e responderão por latrocínio, roubo seguido de morte, onde a pena máxima pode chegar até 30 anos. Segundo delegado José Augusto Fernandes, todos as testemunhas serão ouvidas antes de ser marcada a reconstituição do crime.

“A partir de agora, com os autores detidos, vamos iniciar uma nova fase da investigação e passar por todos os lugares onde os acusados estiveram. Queremos ouvir todas as testemunhas do caso e fazer novas diligências para esclarecer todos os fatos”, afirma o delegado.

Um ponto esclarecido na coletiva de imprensa foram as marcas de balas na caminhonete. “No dia em que a caminhonete foi localizada. Momentos antes, uma viatura fez o acompanhamento em Itapecerica de Serra e houve troca de tiros. O condutor conseguiu fugir, mas descobrimos onde ele buscou abrigo. Ao realizarmos busca neste local encontramos além de documentos do delegado Guerino, uma carteira do CPP com o nome do Abner” explicou o delegado André Balura.

 “Nós, da Delegacia de Investigações Gerais investigamos todos os casos com a mesma intensidade e dedicação. Gostaríamos de deixar claro que, só conseguimos esclarecer a morte do delegado Guerino, pois criminosos deixaram pistas importantes para trás. A peça fundamental foi o fato deles não terem pagado o abastecimento em Itirapina. A partir dali conseguimos localizar a posição da caminhonete e a apreensão dos acusados” concluiu delegado José Augusto Fernandes.

Entenda o caso

O delegado Guerino Solfa Neto estava estacionado e mexendo no celular, as margens da BR-153, quando foi surpreendido e agredido pelos dois acusados. Após ser rendido Solfa teve suas mãos amarradas e bandidos chegaram a questionar qual era profissão da vítima. O delegado mentiu e disse era advogado.

Abner teria assumido a direção enquanto Rodrigo ficou no banco de trás junto com Guerino. Durante o trajeto, os criminosos diziam que iriam liberta-lo e só queriam a caminhonete.

Um dos acusado teria acendido a luz interna da caminhonete para procurar objetos de valor e encontrou a arma do delegado, que tinha o brasão da Polícia Civil. “Foi neste momento que eles descobriram que Guerino era policial, mas não sabia que era delegado. Decidiram ambos executá-lo. O próprio suspeito afirmou que só cometeram o crime pelo fato da vítima ser policial”.

Próximo a uma floricultura, as margens da rodovia Washington Luís, a vítima foi empurrado para fora por Rodrigo e Abner desceu com a arma do delegado, uma pistola ponto 40 e executou a vítima com dois tiros na cabeça.

“Segundo depoimento do Rodrigo, ele implorou para não ser morto” afirma Fernandes.

Os criminosos passaram por um de combustível em Itirapina e ao abastecerem o veículo, fugiram sem pagar. “Segundo depoimento do Rodrigo, ele pretendia assaltar o posto, mas Abner optou por não praticar tal ato, pois a pistola tinha apenas uma bala e nestes estabelecimentos as vezes possui segurança armada” conta o delegado.

Os criminosos tomaram conhecimento que a vítima era um delegado só na manhã de domingo, quando lavavam a caminhonete.

“Os dois só descobriram que tinham matado um delegado na manhã de domingo quando estavam limpando a caminhonete. A dupla encontrou um canivete, os documentos e a funcional do delegado. Rodrigo teria dito que não ficaria com a arma e Abner optou por esconder a pistola em um monte de areia aos fundos de sua casa” conta o José Augusto.

Investigações

Logo após o crime, policiais da DIG/Dise seguiram os trajetos feito pela caminhonete de acordo com relatório levantado pela empresa de pagamento eletrônico de pedágios. “Fizemos o caminho feito pela caminhonete e o veículo foi localizado em Itapecerica da Serra. Uma testemunha contou que viu o condutor entrando em um imóvel e descobrimos que lá era uma irmã de Abner. Nesta casa encontramos alguns objetos que eram da vítima. Foi assim que chegamos ao Abner”.

Equipes intensificaram o cerco até que o acusado se entregasse na terça-feira (dia 28). “Quando ele se entregou (Abner) disse que tinha agido sozinho. Mas ele não sabia que familiares dele tinha contado para gente que tinha uma segunda pessoa, um tal de Rodrigo. Para não levantarmos suspeita, jogamos nas redes sociais o depoimento dele dizendo que agia sozinho e começamos a investigar quem era este Rodrigo”, conta Fernandes.

Durante as investigações, policiais civis de Rio Preto descobriram que Abner era muito amigo de Rodrigo Geraldo Costa Lima, inclusive ambos realizavam trabalhos juntos em uma empresa e deixaram o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) juntos.

“Para evitar alarde não divulgamos esta informação e na tarde de ontem, quando o Rodrigo retornou ao CPP, já tínhamos o mandado de prisão temporária dele. Ele foi detido e quando prestou depoimento confessou sua participação, dando detalhes importantes omitidos pelo Abner” explica.

O delegado José Augusto Fernandes acredita que não haja a participação de outras pessoas. “Tenho 99% de certeza que este crime está esclarecido. O Rodrigo afirmou que somente ele e o Abner cometeram o crime. Mas para evitar surpresas, amanhã as equipes que estão em São Paulo trarão Abner até a DIG e vamos ouvi-los. Mas o caso está praticamente esclarecido” afirma Fernandes.

Facção criminosa

Para o delegado está descartada qualquer ligação do latrocínio com o crime organizado. “Não tenho dúvidas, este caso foi um latrocínio e não tem nenhuma ligação com o PCC. Descartamos também que o crime foi encomendado. Como duas pessoas vão para executar um delegado desarmado? Não tem lógica, infelizmente foi uma fatalidade. Eles renderam o Doutor Guerino querendo caminhonete e no desenrolar da coisa descobriram que ele era policial, caso contrário seria solto” explica José Augusto Fernandes.

Segundo investigações, Guerino teria parado para atender uma ligação. “Ele foi rendido por causa da cautela. Ele estava transitando e recebeu uma ligação às 18h32, momento que ele parou para atender. Como estava com a concentração voltada ao telefone e com o veículo desligado, não viu a aproximação dos marginais. Ele estava com a arma próximo, se tivesse os vistos chegando teria rendido os dois”.

 

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