Cidades
Envolvidos em morte de delegado são acusados de outro crime
Polícia investiga a participação de Abner Saulo Oliveira Calixto e Elias Fernandes do Nascimento em roubo de caminhonete na região de Rio Preto. Crime foi registrado horas antes da morte do delegado do Deinter-5

Além de estarem envolvidos no sequestro e na morte do delegado do Setor de Inteligência do Deinter-5, Guerino Solfa Neto, Abner Saulo Oliveira Calixto, de 26 anos e Elias Fernandes do Nascimento, 18, são suspeitos de praticarem outro crime na região de Rio Preto duas horas antes do assassinato do delegado registrado no último dia 25.
A confirmação da investigação foi dada pelo delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), José Augusto Fernandes, na tarde de quinta-feira (dia 7) e divulgada por policiais nas redes sociais. “Descobrimos que eles (Abner e Elias) são os possíveis autores do roubo de outra caminhonete no trevo de Guapiaçu, horas antes da execução do Guerino. A vítima, que aguardava alguns conhecidos no trevo da cidade, foi surpreendida por um homem armado que desembarcou de um Gol”, afirma o delegado.
Ainda de acordo com o Núcleo de Investigações Especializadas DIG/ Dise, a caminhonete Toyota/Hilux roubada foi levada até Ipiguá e abastecida com diesel em um posto do município. Porém, o veículo era flex e o combustível errado fez com que o motor fundisse. O veículo foi encontrado em estado de abandono pela Polícia Militar.
Um óculos de sol, que pertencia ao proprietário da caminhonete roubada em Guapiaçu, foi encontrado no interior do carro de Elias, que foi detido na noite de terça-feira (dia 5). A Polícia Civil chegou até o terceiro acusado, depois de um cruzamento de informações.
Descobriram que Elias namorava a filha de uma mulher que tinha relacionamento amoroso com Abner. “No dia que Abner recebeu o benefício da saída temporária, quem o buscou na porta do CPP foi o próprio Elias”, conta o delegado.
No dia da morte do delegado Guerino, Elias levaria Abner e Rodrigo Geraldo Costa Lima, 28, até o terminal rodoviário. “No seu depoimento, Elias nos contou que estava dando uma carona aos detentos (Abner e Rodrigo) até a rodoviária para seguirem até São Paulo. Durante este trajeto, eles cruzaram com a caminhonete do Guerino estacionada às margens da BR-153. Neste momento, Abner teria dito que iria rouba-la”, explica Fernandes.
Segundo depoimento de Elias, a ação foi praticada pelos dois detentos, que estavam livres por causa da saída temporário. Elias teria ficado no carro e não participado da abordagem. Para o delegado, a versão dada pelo terceiro suspeito é verídica. “Acreditamos que Elias não presenciou a morte do Guerino e também não participou da abordagem. Mas mesmo assim, ele será indiciado como coautor do latrocínio. Ele poderia ter impedido o desfecho trágico”.
Mais um vídeo
Um vídeo divulgado pela polícia na quinta-feira (dia 7) mostra a caminhonete roubada e o carro conduzido por Elias transitando pela BR-153. Para o delegado, as imagens não mudam em nada as investigações. “O vídeo só serve para reafirmar a informação que já tínhamos. Em depoimento, Elias contou que minutos após renderem Guerino o Abner assumiu o controle da caminhonete e pediu para que ele (Elias) seguir a frente. Ambos os veículos vieram sentido Rio Preto pela BR. Durante este trajeto, Abner pediu para que Elias mostrasse a saída para São Paulo. Chegando ao entroncamento da Washington Luís com a BR, Elias seguiu sentido aeroporto enquanto Rodrigo e Abner tomaram rumo para São Paulo e houve o desfecho”, conta Fernandes.
Outros pertences de Guerino foram encontrados na tarde de quarta-feira (dia 6) em um terreno baldio em Itapecerica da Serra. Foram localizados distintivo, algemas, coldre, celular e os documentos pessoais. Policiais do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e do Instituto de Criminalística (IC) também foram ao local para colher vestígios e impressões digitais dos objetos encontrados. A suspeita da polícia é que um dos acusados possa ter tentado se livrar dos pertencentes.
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