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Férias turbinam trotes nos serviços emergenciais da região

Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu atendem por dia cerca de 300 ligações com falsas ocorrências, somando dados de Rio Preto e região. Número pode ser ainda maior com crianças e adolescentes mais tempo em casa por causa do recesso escolar

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A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da região de Rio Preto atendem aproximadamente 300 trotes por dia. A maior parte é feita por crianças. As férias escolares turbinam ainda mais essa alarmante estatística. O trote prejudica o atendimento das situações que realmente apresentam risco à vida dos solicitantes. Por isso, a orientação é que antes de ligar para os serviços emergenciais à população tenha bom senso. Vale também cobrar uma atenção redobrada dos pais já que os filhos ficam mais tempo em casa por conta dos dias de recesso.

Uma única ligação de falsa ocorrência aos serviços de emergências pode acarretar, segundo a PM, inúmeros prejuízos como exemplo a retenção da linha telefônica e até mesmo mobilização desnecessária de viaturas que poderiam estar empenhadas em outras ocorrências.

“A sociedade é a principal prejudicada com os trotes, na medida em que os policiais militares atendentes demandam tempo e meios para atendimento de falsas ocorrências, ou de ligações desnecessárias, em detrimento de um atendimento mais ágil às solicitações verdadeiramente prioritárias. No mesmo sentido, tempo e meios podem ser despendidos – com o deslocamento de viaturas e policiais – para atendimentos de ocorrências inexistentes”, afirma o subtenente da Polícia Militar Paulo Sérgio Rossini.

No período de férias, em razão das crianças permanecerem mais tempo em casa, há uma tendência para que haja aumento desse tipo de ligação (trotes e não emergenciais). Em único dia, em média, a PM chega a receber 216 trotes, enquanto o Corpo de Bombeiros registra aproximadamente 20 ligações deste tipo e o Samu cerca de 60 casos. “É importante que os pais orientem seus filhos para não utilizar indevidamente os telefones emergenciais”, aconselha o subtenente.

É crime

Há quatro anos foi aprovada na Assembleia Legislativa a lei estadual n° 14.738/12 com objetivo de reduzir o número de trotes. De acordo com a lei, os responsáveis pelas linhas telefônicas ou quem for flagrado fazendo uso indevido aos Centros de Operações da PM (190), Corpo de Bombeiros (193) ou para o Samu (192), e não conseguir comprovar a veracidade dos fatos, poderão ser autuados por multa ou até detenção. Ou seja, o trote é crime.

“É importante ressaltar que o trote para o telefone 190 e outros números de emergência, se for comprovado, pode configurar crime de contravenção penal, com detenção de quinze dias a três meses ou multa e falsa comunicação de crime, com pena de um a seis meses de detenção”, afirma Rossini.

Vigilância 24 horas

A promotora de vendas Carla Lúcia Soares, 32 anos, não desgruda os olhos dos filhos Lucas e Cauã, nem por um segundo, no período de férias. “Todo cuidado com eles é pouco. Não é só prevenir de passarem trotes, como já fizeram, mas também acidentes. Costumo falar que fico de olho 24 horas por dia porque até quando dormem estão correndo riscos”, afirma.

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