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Polícia Civil faz reconstituição da morte de delegado

Reconstituição começou pela manhã e terminou no meio da tarde desta quarta-feira (dia 13). Peritos recriaram passo a passo feito pelos criminosos, desde o momento da abordagem até o momento que o delegado do Deinter-5, Guerino Solfa Neto, foi morto com dois tiros na cabeça

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Peritos do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), policiais civis de Rio Preto e promotores acompanharam a reconstituição da morte do delegado Guerino Solfa Neto, nesta quarta-feira (dia 13). A vítima era responsável pelo setor de inteligência do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 5. O crime aconteceu no dia 25 de junho, próximo a uma floricultura que fica às margens da rodovia Washington Luís, em Rio Preto. Os três acusados Abner Saulo Oliveira Calixto, de 26 anos, Elias Fernandes do Nascimento, 18, e Rodrigo Geraldo Costa Lima, 28, contaram suas versões individualmente. A reconstituição teve início na altura do quilômetro 52, da BR-153. Local, onde Guerino teria sido abordado pelo trio.

O trânsito na rodovia precisou ser interditado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que detalhes da abordagem fossem esclarecidos, o que resultou em um longo congestionamento. O primeiro a contar sua versão de como o delegado foi rendido foi Elias. Ele manteve sua versão do depoimento, afirmando que em momento algum participou da abordagem. Logo em seguida foi a vez de Rodrigo, que contou com detalhes como Guerino foi retirado do banco da frente e colocado a força no assento traseiro da caminhonete. Neste momento, Abner assumiu a direção da caminhonete.

Às margens da rodovia Washington Luís, próximo a avenida Murchid Homsi, Elias teria parado seu automóvel, um VW/Gol, no acostamento e entregado as malas de Rodrigo e Abner, que estava em seu carro. Foi quando a dupla seguiu para São Paulo e Elias retornou à Ipiguá.

Quando iniciaram a viagem para São Paulo, Rodrigo teria acendido a luz interna da caminhonete e localizado a arma de Guerino, foi quando descobriram que a vítima era policial e decidiram executá-lo. “Se ele não fosse policial, estaria vivo. Abner tinha roubado uma caminhonete no mesmo dia e não matou a vítima. Eles pretendiam levar o Guerino para um lugar mais afastado da cidade e iria liberá-lo na área rural, para dar tempo de fugirem com a caminhonete para a Capital, mas eles resolveram mata-lo devido a sua profissão” afirma o delegado José Augusto Fernandes.

No local onde a vítima foi morta, peritos refizeram detalhadamente passo a passo o momento da execução. Rodrigo que estava no banco traseiro do veículo e teria amarrado as mãos de Guerino jogou a vítima para fora do carro, enquanto Abner desceu da caminhonete e atirou nove vezes contra o delegado caído e amarrado. Dois disparos atingiram a cabeça do delegado. Abner assumiu novamente a direção e seguiu para São Paulo. O corpo do delegado foi encontrado por moradores que passavam pelo local, mas não testemunharam o crime.

José Augusto Fernandes afirma que não resta a dúvida quanto a participação dos três acusados e pretende concluir o inquérito nos próximos dias. “O trabalho foi desenvolvido da forma correta, tudo que fizemos agora comprovou que os três participaram ativamente no crime e não restam dúvidas. A conclusão do inquérito agora depende dos resultados laudos que requisitamos. Acredito que em dez dias nós elaboraremos nosso relatório e encaminharemos para promotoria por sua vez se eles devem denunciar ou não os fatos para justiça” afirma.

Para a promotora de justiça, Heloisa Gaspar Martins Tavares, não resta dúvida quanto à natureza do crime. “As perícias realizadas hoje são todas harmônicas e coerentes entre si. Realmente apontando a autoria do latrocínio aos três. E fica afastada a possibilidade inicial de homicídio, não temos dúvidas, foi latrocínio mesmo” detalha. A promotora também explica que mesmo Elias não estando presente ele também será indiciado por latrocínio.“Mesmo ele (Elias) não estando presenta na morte do delegado, ele participou também. Na medida em  que ele conduziu os dois a prática do crime. Então ele é responsável também pelo que ele fez. Ele tinha ciência do que aconteceria para prática do roubo, assumindo o risco de todo esse resultado fatal que aconteceu” finaliza.

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