Cidades
Com atraso, Cidade da Criança será reinaugurada no mês que vem
Obra avaliada em R$ 1,07 milhão deveria ter sido entregue no mês passado; Prefeitura de Rio Preto justifica atraso por conta de aditivo contratual pelo período de 60 dias

Crianças que queiram se divertir na tradicional Cidade da Criança, no Distrito Industrial, em Rio Preto, terão de esperar no mínimo mais um mês. A Prefeitura de Rio Preto não cumpriu a promessa de entregar o espaço reformado e revitalizado no dia 14 do mês passado.
No dia 7 de maio do ano passado, o prefeito Edinho Araújo (MDB) assinou ordem de serviço para a empresa CPA Eletrônica e Comunicação realizar a obra. A reforma e revitalização do local, com construção de novos espaços, como um destinado exclusivamente a crianças de até três anos, tinha prazo de duração de até oito meses, segundo o contrato.
O prefeito chegou a pedir durante coletiva de imprensa para que a obra fosse agilizada de modo que a reabertura pudesse ocorrer em 12 de outubro, no Dia das Crianças, mas cobrou paciência.
“Toda obra traz transtorno. Não é diferente na Cidade da Criança. As obras não podem oferecer riscos a nossas crianças. Muitos brinquedos serão retirados porque não têm condições. Vamos reformar cerca de 80 aparelhos e instalar novos”, afirmou o prefeito à época.
A interdição do parque começou no dia 14 de maio do ano passado, exatamente uma semana após a assinatura do contrato. Em nota, a Prefeitura afirma que o prazo de execução foi estendido “por termo de aditivo contratual pelo período de 60 dias, ou seja, até março de 2019”, consta na nota.
O valor da obra permanece inalterado, cerca de R$ 1,07 milhão, sendo R$ 975 mil de repasse federal, a partir de emenda do prefeito Edinho, quando ainda ocupava o cargo de deputado federal, e o restante, cerca de R$ 100 mil como contrapartida do município.
A área total do parque é de 50 mil metros quadrados, anteriormente com 160 brinquedos. O projeto de modernização da Cidade da Criança prevê restauração de 85 brinquedos, sendo que 13 deles vão mudar de posição dentro do parque. Outros 47 serão retirados. A Cidade da Criança vai ganhar um novo complexo de brinquedos, com torres, passarelas, túneis, escorregadores, escadas, balanços e três tirolesas. Haverá também o Espaço Bebês, com cerca de 10 brinquedos voltados a crianças de até 3 anos. Na parte esportiva, segundo a Prefeitura, o espaço terá “campinho de futebol, duas quadras de vôlei de areia e duas quadras para a prática de Basquete 3. Uma nova atração é a Praça das Águas, área cercada por bancos, com fontes de água interativas no chão”. Quando reaberto, o parque terá três novos quiosques. Os acessos e prédios terão acessibilidade.
A fachada da Cidade da Criança será refeita e a entrada terá acessibilidade para pessoas com deficiência física. O projeto não prevê reforma no teleférico que há anos está desativado. A atração não será retirada e pode ser incluída em nova etapa da reforma, que o município já pleiteia junto ao governo federal.
O horário de funcionamento do local será de terça a domingo, das 9h às 17h. O parque ficará fechado às segundas-feiras.
Local abandonado
Inaugurada na década de 1980, essa é a primeira vez que a Cidade das Crianças passa por reforma. O local recebeu poucos investimentos ao longo dos sucessivos governos municipais.
O estado de abandono e falta de manutenção preventiva dos brinquedos resultaram em um acidente grave em outubro de 2016. Em pleno Dia das Crianças, Giovane Ramalho, à época com13 anos, fraturou a face depois que um brinquedo caiu sobre ele.
O garoto, que precisou passar por cirurgia, estava em um brinquedo de escalada chamado Constelação, que é de ferro. Ele sofreu fratura no rosto e teve de passar por cirurgia plástica reparadora. O brinquedo Constelação é uma espécie de escada redonda suspensa presa a uma base.
Quando o menino brincava pendurado, o poste da base quebrou e a estrutura de ferro caiu sobre ele. Por conta deste acidente, o promotor da Infância e Juventude André Luis Sousa entrou com processo contra a Prefeitura. Na Câmara, o vereador Marco Rillo (PT) apresentou projeto de lei para que a Prefeitura realizasse a manutenção e troca dos aparelhos de lazer, incluindo as ATI’s (Academias Para Todas as Idades) quando os aparelhos se encontrarem em mal estado de conservação.
“Sempre tive medo de deixar meu filho brincando na Cidade da Criança. Quando ele era pequeno, levei ele e percebi que os brinquedos estavam enferrujados. Balanços com as correntes deterioradas e pedaços de madeira soltos. Não tinha condições de segurança”, relatou Tatiane Santos, mãe do pequeno Luca, de 8 anos.
Para a comerciante Helena Gonçalves Teodoro, de 31 anos, a reforma de agora pode fazer com que o local ganhe sobrevida. “Até que enfim resolveram melhorar o espaço. Seria um crime Rio Preto perder de vez um local tão histórico como a Cidade da Criança”, afirmando que ela própria frequentou o local quando mais jovem. O advogado Henrique Souza, pai de Miguel, com 10 anos, afirma que a Cidade da Criança sempre foi referência de lazer. “Com o passar dos anos, os shoppings centers acabaram atraindo a garotada por conta dos investimentos e atrações. Faltou sensibilidade dos governos em investir e inovar no local”, disse.
Além da Cidade da Criança, Rio Preto conta com dois parques ecológicos educativos, um na região sul, no bairro Jardim Vivendas, e outro na região norte, no Jardim Antunes.
- Cidades1 dia
Rodovia Washington Luís é interditada após acidente em Rio Preto
- Saúde2 dias
A partir de hoje, Rio Preto vira capital da oftalmologia com congresso internacional
- Cidades1 dia
Suspeito de estuprar sobrinha de 3 anos é preso na região de Rio Preto
- Cidades1 dia
Polícia Civil fecha cerco contra jogos ilegais em Rio Preto