Cidades
Prefeitura confirma duas mortes por dengue e apela até para peixe
Secretaria de Saúde de Rio Preto confirma primeira morte pela doença neste ano. Outro óbito, em dezembro do ano passado, também foi confirmado

Com a confirmação de duas mortes por dengue, a Prefeitura de Rio Preto segue apelando até para um predador natural do mosquito Aedes aegypti, o peixe Lebiste, conhecido popularmente como Barrigudinho, para reforçar a guerra contra a doença. O peixe mede menos de quatro centímetros na fase adulta e no seu vasto cardápio estão às larvas do mosquito da dengue.
Em nota à imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde informou na tarde de quinta-feira, dia 7, que o Instituto Adolfo Lutz confirmou a morte por dengue ocorrida no dia 31 do mês passado, sendo a primeira do ano. A vítima era um homem de 66 anos, que apresentava cardiopatia, neuropatia e outras comorbidades. “Estava internado desde o dia 26 de janeiro e teve os primeiros sintomas sugestivos para a doença no dia 20 do mesmo mês”, informou no documento.
Na mesma nota, a Secretaria de Saúde confirmou outra morte por dengue, desta vez registrada no ano passado. Um homem de 38 anos teve os sintomas da doença a partir do dia 17 de dezembro. Ele morreu no dia 20 do mesmo mês. “Para este caso, não foi possível a realização de exames para investigação laboratorial, sendo assim, está confirmado com base nos sintomas e pelo fator epidemiológico”, consta na nota.
Um surto de epidemia de dengue já foi confirmado pela Secretaria de Saúde. Desde o dia 31 de janeiro até quarta-feira, dia 6, foram confirmados mais 150 casos da doença, totalizando 453 neste ano. Isso sem contar que 1.624 casos estão sendo investigados e outros 199 já foram descartados. No total foram 2.276 casos notificados.
O secretário municipal de Saúde, Aldenis Borim, projeta 20 mil casos de dengue em Rio Preto para este ano. “Estamos com essa projeção baseada em experiências anteriores da própria Secretaria. Em cima dos números do passado chegamos a esta conclusão. Estamos nos precavendo por meio de um conjunto de ações. Poderíamos dizer que é um surto grande, uma epidemia”, disse.
Se confirmado os 20 mil casos, os rio-pretenses terão de enfrentar a segunda maior epidemia da história da doença na cidade. A maior foi em 2010 com 12 mortes e mais de 24 mil casos. A Prefeitura contesta alegando que em uma destas mortes o paciente apresentou os sintomas em 2009. Mesmo morrendo em 2010, a pasta considera a morte epidemiologicamente em 2009. A segunda epidemia de dengue em Rio Preto, até então, foi em 2016, com duas mortes e 16,2 mil casos.
Sobre o peixe
O departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde monitora o controle e a distribuição dos peixes utilizados no combate ao Aedes. Os dois tanques com as criações ficam no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Os peixes são colocados em locais onde a Vigilância Ambiental julga necessário. Segundo a pasta “a colocação dos peixes só é feita em recipientes que não são lavados frequentemente, como bebedouros de animais de grande porte, piscinas abandonadas, fontes e lugares públicos de grande acúmulo de água”. A solicitação dos peixes pode ser feita pelos moradores, por meio da ouvidoria (0800-770-5870), ou pelos próprios agentes de saúde em sua rotina de trabalho.
Os técnicos da Vigilância Ambiental avaliam e viabilizam a utilização desses animais. O Barrigudinho é um peixe larvófago, ou seja, se alimenta de larvas de pequenos insetos e por isso ajudam no combate a dengue. Não necessita de muitos cuidados, basta uma porção de água e comida.
Como vivem bem em qualquer tipo de ambiente, são colocados em piscinas desativadas, caixas d'água abertas e em bebedouros de animais de grande porte. Outra vantagem diz respeito ao tempo de reprodução. É necessário apenas um macho e uma fêmea para que em um mês a população aumente quase 30 vezes, o que potencializa o uso desses animais em ambientes que a larva do mosquito da dengue se encontra.
Secretaria de Saúde aposta em dois centros de hidratação
Com o possível surto de dengue em Rio Preto, uma das estratégias adotadas pelo município para garantir a assistência qualificada a pacientes com suspeitas e confirmações da doença foi a criação de dois Centros de Hidratação, onde receberão os cuidados necessários para o tratamento.
Um dos Centros ficará no atual Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR), localizado na Avenida Domingos Falavina, 1.470, Jardim Marajó. Já o serviço realizado no local será transferido para o prédio do antigo Ambulatório de Especialidades (ARE). A previsão é que esse Centro comece a funcionar no dia 18 de fevereiro, com atendimento diário de 24h, e 50 leitos.
O outro Centro de Hidratação ficará na região central/sul, com outros 60 leitos, mas sem previsão de início. Segundo a Secretaria de Saúde, em qualquer um dos locais não haverá atendimento direto. Ao procurar qualquer UBS ou UPA com os sintomas da dengue, os pacientes farão exames de sangue. As amostras serão levadas por mototaxistas até as UPA Norte ou Tangará ou até a Santa Casa, que farão o hemograma, exame que mostra em que nível estão as plaquetas (componente do sangue muito afetado pela dengue) e a necessidade de hidratação. Para ser atendido, o morador deve passar primeiro por uma unidade básica de saúde, onde será comprovada pela equipe médica a necessidade de transferência para o Centro. A locomoção será feita pela Central de Remoção (SAMU).
Caso as UBS e UBSFs estejam fechadas, o paciente poderá ir até uma unidade de pronto atendimento (UPA), de onde poderá ser transferido ao Centro de Hidratação. Nos casos de dengue de maior gravidade, o direcionamento será aos hospitais. Nas unidades, serão implementados serviços de coleta de hemogramas com resultado mais rápido, a fim de confirmar o diagnóstico.
Os Centros de Hidratação devem funcionar provisoriamente por um período de 90 dias, ou seja, quando os casos de dengue devem se intensificar. Nos dois centros além de macas, haverá poltronas para os que estiverem em melhor estado de saúde – serão adquiridas 70 a um valor de aproximadamente R$ 300 cada. Os profissionais que atuarão nos espaços de hidratação são os da própria Saúde. A princípio os centros deverão funcionar até maio durante 24 horas.
Fumacê
O trabalho de nebulização, conhecido popularmente como “fumacê”, vai continuar. Segundo a Vigilância Ambiental “o trabalho acontecerá sempre às sextas-feiras, pois depende da autorização da SUCEN e avaliação da situação epidemiológica do município”.
No mês passado a Secretaria de Saúde de Rio Preto elaborou um Plano de Contingência da Dengue que contempla uma série de ações. As ações foram traçadas ao longo dos últimos seis meses. O que preocupa a equipe da Saúde é com a dengue tipo 2, já que o vírus é mais agressivo. O secretário de Saúde, Aldenis Borim, lembra que os mosquitos em sua maioria estão dentro das residências. “Cerca de 80% das fêmeas do mosquito está dentro das residências. A população tem de cuidar das casas”, diz. Os mutirões com agentes da saúde estão intensificando as visitas às residências também aos sábados.
Ações de limpeza em áreas públicas e em bairros, para estimular a população, também fazem parte da estratégia. Historicamente o auge da epidemia de dengue ocorre no mês de abril. Em 2018, foram registrados na cidade 728 casos de dengue, sendo 163 apenas nos meses de novembro e dezembro. E na quinta-feira, dia 7, confirmou uma morte causada pela doença, em dezembro do ano passado.
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