Escolas particulares de Rio Preto questionam proibição de volta às aulas

A Prefeitura de São José do Rio Preto, através da Secretaria de Educação, comunicou que foram tomadas algumas deliberações em relação à volta às aulas presenciais. Entre as decisões, está a que determina que as unidades de educação Infantil e Fundamental 1 deverão manter todas as atividades de forma remotas até o final do ano letivo de 2020. Isso é válido para todas as escolas públicas e privadas do município.

Cristiane Moreno Lobanco Villa, que é mantenedora e diretora pedagógica de uma escola particular em São José do Rio Preto, disse que esta foi “uma decisão que nos pegou de surpresa. As escolas particulares estão preparadas para receber os alunos seguindo todos os protocolos sanitários. Esperávamos por esse retorno”.

Já Cenira Lujan, que também é mantenedora e diretora de outra escola particular de Rio Preto, disse que “fica se perguntando qual a importância que se dá para a educação”. Ela relata que muitos setores puderam abrir. “Vemos academias abertas, shoppings centers, bares. Todos têm que cumprir um protocolo de segurança. Por que as escolas não são olhadas como estes setores? Por que não permitir que as escolas funcionam tomando todas as medidas de segurança assim como o comércio”?

Cristiane ainda diz que isso “impacta em toda comunidade escolar: alunos, famílias e funcionários. As escolas correm um sério risco de não sobreviverem, os funcionários o risco do desemprego e as famílias desamparadas e sem o suporte de cuidados que a escola sempre proporcionou”.

Cenira destaca que as escolas particulares estão preparadas para receberem os alunos. Estão com demarcação, redução de alunos em salas de aula. Ela fala também dos espaços abertos que as instituições de ensino têm e que tudo isso deveria ser levado em conta para que elas voltassem a funcionar. “Se as escolas públicas por algum motivo que eu desconheço, não têm condições de voltar com as aulas, eles poderiam olhar para as escolas particulares e permitirem, já que podemos cumprir todas as exigências sanitárias”. Ela ainda ressalta que já são 200 dias parados e questiona: “se ano que vem não tivermos uma vacina, como vai ficar? E o impacto na educação destas crianças, como será revertido”?

As duas profissionais de educação falaram que “as escolas particulares são unidas e que vão ver o que é possível ser feito. Não vamos desistir da educação”.

Confira a íntegra da nota emitida pela Prefeitura de São José do Rio Preto:

Nota – Volta às aulas

A Prefeitura de São José do Rio Preto, através da Secretaria de Educação, comunica que foram tomadas as seguintes deliberações em relação à volta às aulas presenciais:

A manifestação levou em consideração a análise do Comitê Gestor de Enfrentamento ao Coronavírus e da Câmara de Planejamento para o Retorno as Aulas Presenciais da Secretaria de Educação.

Foram consideradas as particularidades dos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1, que apresentam uma maior dificuldade na manutenção das medidas de prevenção de transmissão do vírus. Além disso, o resultado do questionário de opinião sobre o retorno às aulas presenciais revelou preocupação e descontentamento dos pais em um possível retorno presencial.

Diante disso, os alunos do sistema público de ensino, bem como as instituições privadas de ensino da Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1 (anos iniciais 1° ao 5° ano) manterão a suspensão das aulas presenciais até o final do ano letivo de 2020. A decisão é extensiva às creches parceiras do Município de São José do Rio Preto.

As unidades de educação Infantil e Fundamental 1 deverão manter todas as atividades de forma remotas até o final do ano letivo de 2020.

O retorno às aulas presenciais para o Ensino Fundamental 2 (6° ao 9° ano) será analisado levando em consideração os índices da pandemia no município e seguindo os critérios estabelecidos pelo Plano São Paulo, o que deverá ocorrer em breve.

Fica autorizada a retomada das atividades presenciais, de forma gradativa e opcional a partir de 07 de outubro, para alunos do Ensino Médio da rede pública estadual, para as instituições privadas de ensino e para estabelecimentos de ensino superior e de educação Profissional, observando todas as diretrizes do Plano São Paulo.