Para facilitar o acesso de pessoas da terceira idade às tecnologias e levar os produtos fresquinhos e tradicionais das feiras de Rio Preto até os clientes sem aglomeração no período de lockdown, um feirante decidiu colocar a feira disponível aos clientes na internet.
O app já está ativo há 10 dias no Google Play (Play Store) e, durante os próximos seis meses, não gerará custos aos feirantes.O projeto é uma iniciativa dos empresários rio-pretenses Edmo Júnior e Thais Corrêa, visando potencializar o comércio local, proporcionando que micro e pequenos empresários continuem vendendo seus produtos seguindo as normas e diretrizes das autoridades. Já são mais de 110 lojas ativas entre lojas formais e informais em Rio Preto e região.
"Juntos somos mais fortes. Nossa ideia é ajudar a movimentar a economia da cidade diante dessa crise econômica, e mostras aos pequenos e micro empresários que isso é possível usando a internet, por meio de uma ferramenta de fácil acesso a qualquer público e que gere nenhum ou o menor custo ao comerciante usuário", explica Thaís Corrêa, empresária e analista de sistemas que desenvolveu o "Retire Já".
Segundo o feirante André Luiz Firmino dos Santos, que atua há cinco anos no mercado, a ideia de fazer uma feira online surgiu do desejo de que a feira livre não ficasse restrita somente às ruas.
“Nós (feirantes) estamos nas ruas uma vez por semana. Nossos clientes consomem os produtos apenas uma vez e fica uma semana sem poder comprar novamente. Com o aplicativo, ele pode ter os produtos da feira todos os dias. Os produtos da feira são frescos, não ficam armazenados e embalados em freezers, é um produto colhido no dia e vendido no dia”, diz.
André conta que a iniciativa surgiu também com o objetivo de facilitar o acesso do público da terceira idade às tecnologias. “A feira livre existe há 80 anos em Rio Preto. Nossa feira é tradicional e tem um público tradicional – 90% do público da feira é da terceira idade. Nós percebemos a necessidade de modernização porque os idosos estão acompanhando as redes sociais, mas sentem muitas dificuldades com os aplicativos. Na pandemia, muitos estão isolados em casa e não sabem como pedir seus produtos via internet”, afirma.
Dos 300 feirantes de Rio Preto, 10% já aderiram ao aplicativo nos 10 primeiros dias de operação.
“Algumas barracas estão se cadastrando ainda. As feiras estão suspensas desde o dia 15 de março. Nossa única fonte de renda agora está sendo vender via aplicativo e delivery. É uma forma que encontramos para driblar a crise econômica, respeitando todas as exigências do Comitê de Combate ao Coronavírus, mas também conseguindo manter o sustendo das nossas famílias e não deixar nossos clientes sem atendimento”, explicou André.
Ainda segundo o feirante, a avaliação do público tem sido positiva e não há taxa mínima para a entrega dos produtos. Todas as taxas de entrega saem em torno de R$ 10.
“Eles não precisam se deslocar e já conhecem os nossos produtos. O público da feira opta por essa qualidade, é um público que nem nos questiona. Isso é muito importante para garantir o consumo e abastecimento das casas. Também é importante pensarmos sempre em alternativas para democratizar o acesso do pessoal da terceira idade à tecnologia, com ferramentas funcionais, sem taxas de entrega abusivas”, ressalta.
Durante o período de lockdown e outras normas restritivas de segurança contra a contaminação da Covid-19, o aplicativo “Retire Já” só estará funcionando via delivery. Ou seja, os feirantes não estão trabalhando com a opção de retirada no local, apenas entrega em domicílio. A ferramente está disponível para comerciantes de diversos ramos.