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Homem que cobrou R$ 300 mil para não denunciar padre por suposto ato obsceno será julgado

Ele foi preso por extorsão após receber parte do dinheiro, entregue pelo advogado do religioso.

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Vítima de extorsão em 2018, um padre de 62 anos está prestes a colocar um ponto final em um capítulo conturbado de sua trajetória como sacerdote da Igreja Católica.

Isso porque o detetive particular que cobrou R$ 300 mil para não denunciá-lo à imprensa será finalmente julgado. Apesar de distante, o julgamento marcado para o dia 9 de março de 2023 poderá condenar o profissional que ameaçou a reputação do religioso, acusado de ter se exibido nu para uma vizinha menor de idade.

Segundo o processo, a adolescente (à época com 13 anos) disse para os pais que o padre, estando sem roupas, levantou o toldo da própria varanda, sendo visto por ela, que estava na calçada.

O padre era sacerdote de uma igreja do bairro Santo Antônio quando foi procurado pelo detetive. O homem afirmou ter sido contratado por um casal após a filha de 13 anos ter ficado traumatizada com a cena de nudez.

Imediatamente após tomar conhecimento do caso, o padre se ofereceu para conversar com os vizinhos e esclarecer o mal entendido, mas foi impedido pelo detetive que propôs um acordo extrajudicial para que o caso não fosse divulgado pela imprensa.

Enquanto o homem pressionava o pároco pelo pagamento de R$ 300 mil, a vítima procurou um advogado. Um boletim de ocorrência foi registrado e, diante da insistência do detetive em negociar um valor, o padre simulou um acordo de R$ 60 mil, sendo R$ 20 mil pagos à vista.

Um encontro foi combinado entre o detetive e o advogado do padre em um posto de combustíveis próximo ao aeroporto. No momento em que o criminoso pegou a quantia, policiais civis da DIG deram voz de prisão em flagrante.

Durante o processo, o homem foi beneficiado com liberdade provisória porque era réu primário.

Além dele, os pais da adolescente também foram denunciados pelo crime de extorsão, mas somente a mulher foi localizada e intimada da audiência. Durante a fase de investigação, ela alegou que pretendia comprar uma casa com o valor do “acordo”.

Não ficou comprovado o suposto ato obsceno justificado pelo casal como motivo para a cobrança do dinheiro.

Atualmente o padre administra uma igreja em Mirassol.

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