Redes Sociais

Cidades

“Você só sai da minha casa morta ou sem as pernas”, diz agressor para vítima

Homem faz a companheira passar por sessão de tortura durante quase uma noite inteira e acaba preso em flagrante

Publicado há

em

Divulgação/Ilustrativa

Um homem de 37 anos foi preso em flagrante em pleno dia de Natal após agredir a companheira no bairro Dom Lafaiete Libânio, em Rio Preto. Segundo declaração da vítima, 28 anos, ela foi torturada pelo agressor. De acordo com informações do boletim de ocorrência, a polícia foi acionada por uma vizinha, que a ajudou quando conseguiu fugir do suspeito.

Era por volta de 8h deste domingo (25), quando os agentes conseguiram contato com a vítima. Ela apresentava ferimentos no rosto, no pescoço, no pé e braço esquerdo e contou que durante quase a noite toda foi agredida e ameaçada pelo companheiro. A sessão de tortura aconteceu na casa do suspeito, que recebeu os policiais e confirmou que houve uma briga, mas com agressões de lado a lado. Ele não tinha lesões aparentes naquele momento.

Na verdade, segundo depoimento dos PMs, o homem mostrava sinais de que tinha ingerido bebida alcoólica. Ainda na conversa, acusou a companheira de ter quebrado o celular dele. A mulher, mesmo machucada, dispensou o atendimento médico e se recusou a ser levada para uma unidade de saúde. O casal foi levado então para a delegacia.

No local, ao delegado, ela contou que tem um relacionamento com o suspeito por cerca de um ano e dois meses e que durante esse tempo já foi agredida outras vezes, tendo inclusive, já registrado BO online há cinco meses pelas agressões. Eles estiveram separados por alguns dias e no sábado à noite ela saída de casa para ver uma amiga e foi abordada pelo companheiro, que pediu para conversar.

O casal foi então até a casa dele, onde chegaram por volta de meia noite. Ela conta que o companheiro é usuário de maconha e que ingeriu bebida alcoólica. Durante a conversa, agressor se exaltou e passou a pedir os nomes de todas as pessoas com as quais ela tinha se relacionado antes dele. Sem dar tempo dela fazer qualquer coisa começou a lhe desferir tapas e socos no rosto, braços e peito.

A vítima correu então para o banheiro, mas não conseguiu evitar novas agressões. Ela pedia para ele parar, mas em vão. Nesse momento, o homem teria dito que “não tem nada a perder e que ela sairia da casa dele morta ou sem as pernas”. A mulher pegou o celular dele, que acabou caindo e quebrando, fato que o tornou ainda mais agressivo.

Um boné também foi utilizado durante as agressões, sendo que um dos golpes pegou muito próximo do olho direito da vítima, causando ferimento. Na primeira tentativa de fuga, ela foi detida com uma ‘gravata’ no pescoço enquanto tentava abrir o portão. Levou mais socos e tapas.


Ajuda e consequências

Em um outro momento, quando o companheiro se distraiu, novamente saiu correndo, tentando chegar até a rua. Desta vez tropeçou em uma mureta e acabou lesionando o pé esquerdo. Mas conseguiu abrir o portão e começar a gritar por ajuda. Nesse momento é que a vizinha a chamou para a casa dela e acionou a polícia. Não sem antes ouvir do suspeito que “quem a ajudasse, iria sofrer as consequências”.

Por fim, a vítima solicitou medidas protetivas de urgência contra o agressor.


Outro lado

Já o homem, no depoimento negou que tivesse agredido a mulher de propósito. Ele contou que apenas se defendeu e que não a ameaçou em nenhum momento. Segundo ele, ambos ingeriram bebias alcoólicas e fumaram ‘baseados’ e, em determinado momento, ela pegou o celular dele e o danificou. A companheira teria, então, passado a lhe desferir socos e arranhões e ele deu alguns socos nela para que parasse de agredi-lo.

O homem alegou também que deseja representar criminalmente contra a companheira pelas agressões e pelo dano que sofreu no telefone celular. Ele ainda negou que tenha causado queimaduras com cigarro ou outros meios. O celular do suspeito foi apreendido administrativamente e o delgado de plantão confirmou a voz de prisão do homem, sem direito à fiança.

Foi expedida requisição para exame da vítima no IML e para o companheiro, que permanece preso e a disposição da Justiça. A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses que tem direito para representar criminalmente (processar) contra o agressor.

AS MAIS LIDAS