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Tem início a queima controlada no entorno da Floresta Estadual de Rio Preto

Ação preventiva tem o objetivo de formar barreiras contra grandes incêndios

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Foto: Ivan Feitosa/SMCS

O Comitê Gestor de Prevenção às Queimadas de São José do Rio Preto acompanhou ontem (26) o início das atividades de manejo integrado do fogo, em área próxima ao Parque Tecnológico. A técnica consiste em queimar vegetação sem valor ambiental, de maneira controlada e em áreas delimitadas, a fim de formar corredores de proteção contra incêndios de grandes proporções.

O objetivo dos trabalhos, que são coordenados por equipes do Corpo de Bombeiros, é formar uma zona de proteção no entorno da Floresta Estadual do Noroeste Paulista (FENP) e da Estação Ecológica do Noroeste Paulista (EENP). As unidades de conservação são cortadas pela linha que separa os municípios de São José do Rio Preto e Mirassol.

“Começamos a planejar essas ações em março e fizemos diversas reuniões entre as agências envolvidas nesta operação”, afirma o diretor da Defesa Civil e coordenador do comitê, coronel Carlos Lamin. 

Durante esses preparativos, a área a ser trabalhada foi demarcada por aceiros, faixas que passaram por roçada e limpeza para ficar livres de vegetação seca e outros materiais inflamáveis, dificultando a propagação do fogo. Essas faixas servem ainda de estrada para o acesso de veículos de emergência. Nesta segunda-feira, equipes do Corpo de Bombeiros se posicionaram nesse perímetro, a fim de dar suporte e prevenir a propagação das chamas para fora do território, de aproximadamente 22 hectares.

Já a área queimada durante as ações preventivas é chamada de aceiro negro e também serve de barreira contra grandes incêndios, pois a aplicação controlada do fogo elimina o material inflamável nesses locais. “Lembrando que a técnica visa queimar mato sem valor ambiental, uma vegetação conhecida como colonião e braquiária. No tempo seco, é essa vegetação que ajuda a propagar o fogo até as unidades de conservação. Com o manejo integrado do fogo, nós eliminamos esse mato e formamos esse cinturão de proteção”, explica Lamin.

As ações dependem de condições climáticas ideais. Nesta segunda-feira, o vento direcionou a maior parte da fumaça para a região da floresta, reduzindo os impactos para áreas urbanas. “Talvez haja algum incômodo passageiro devido à fumaça e fuligem, mas é importante reforçar que estamos prevenindo um mal maior”, diz o diretor da Defesa Civil.

Para esta semana, outras duas etapas estão programadas: na quarta (28), as equipes trabalham no território reservado ao câmpus 2 da Unesp. Já na sexta (30), é a vez dos espaços sob gestão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que abrangem o Instituto de Zootecnia e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental, subordinado ao Instituto de Pesca.

Comitê de Prevenção

O Comitê Gestor de Prevenção às Queimadas foi constituído por decreto municipal em 2020 e envolve uma série de agentes, entre eles secretarias municipais, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Ambiental, Unesp e Cetesb. Também faz parte do grupo a  Fundação Florestal, responsável pelas unidades de conservação Floresta Estadual do Noroeste Paulista, com 379,93 hectares, e Estação Ecológica do Noroeste Paulista, com 169 hectares, demarcados no território pertencente à floresta.

A aplicação do manejo integrado do fogo naquela região já mostrou resultados anteriormente: após a implementação dos aceiros negros, em 2022, não houve registro de incêndios florestais na área.

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