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Parada da Inclusão reúne centenas no Calçadão de Rio Preto

Objetivo da marcha é chamar a atenção da sociedade para os direitos das pessoas com deficiência

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Fotos: Ivan Feitosa/SMCS

Cerca de 200 pessoas participaram da Parada da Inclusão pelas ruas centrais de São José do Rio Preto na manhã desta quinta-feira (21), Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Além dos usuários do Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência, da Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, alunos da Associação Renascer, do Instituto dos Cegos e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) engrossaram fileiras na marcha.

A concentração aconteceu na Praça Dom José Marcondes e, durante o trajeto pelo calçadão, a fanfarra da Apae deu o ritmo para as palavras de ordem. A marcha chamou a atenção de comerciantes, consumidores e população em geral. Muitos registravam o evento com o celular, batiam palma para os participantes ou apenas paravam para observar.

“Eu ouvi o batuque e, no momento que me deparei com o pessoal, fiquei encantada. Isso é muito importante, principalmente para mim, com meu pequeno, que é autista”, afirma Elaine Charlui, 47 anos, que estava com o filho Matiba, 4 anos. O menino portava o cordão de quebra-cabeça, criado para identificar e facilitar PcD e pessoa com transtorno do espectro autista (TEA) no dia a dia, e não demorou para ser incluído na caminhada.

Maria Clara Carvalho, 62 anos, vítima de poliomielite, acompanhou a Parada da Inclusão em sua cadeira de rodas. “Para nós, é muito importante, pois precisamos ser vistos, precisamos de ajuda, para que nossos direitos de acessibilidade, saúde e trabalho, entre outros, sejam garantidos.”

A necessidade de dar visibilidade à causa PcD foi citada por Gustavo Henrique dos Santos Otoboni, instrutor do mercado de trabalho da Associação Renascer. “Precisamos sair às ruas, pois a inclusão é fundamental para pessoas PcD. Temos de mostrar a nossa cara, o nosso trabalho, pois o mercado não é aberto. Apesar do amparo legal, muitas empresas não contratam, fecham os olhos, fingem que a gente não existe.”

Iniciativas como o Balcão da Empregabilidade para PcD aproximam empresas e deficientes aptos a ingressar ou reingressar no mercado de trabalho. Na última edição, em junho, 80 candidatos fizeram 800 entrevistas em 13 empresas parceiras no mesmo dia.

Vida plena

“A gente na rua, a luta continua!” Com essa expressão, entre outras, deficientes físicos, visuais, auditivos e intelectuais agitaram do calçadão e arredores para lembrar que são detentores de direitos e dignos de uma vida plena.

“É um dia de luta da pessoa com deficiência pelos seus direitos, de igualdade, de ter uma vida com respeito e dignidade. Temos de fazer esses movimentos para marcar essa data”, afirma Sueli Aparecida Facundim de Melo, responsável pelo Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência.

O Centro de Reabilitação Visual – Instituto dos Cegos marcou presença com uma centena de participantes. A instituição foi fundada há 75 anos e atende, além de São José do Rio Preto, 103 cidades da região, desenvolvendo trabalho de habilitação e reabilitação.

“É muito importante estarmos presentes, com outras instituições, lutando e apresentando para a comunidade nossos alunos, os quais têm suas especificidades, mas têm suas capacidades como qualquer outra pessoa sem deficiência”, afirma Regiane Pires, responsável técnica da instituição. “Nós precisamos ser conhecidos, divulgados”, completa a presidente da Apae Rio Preto, Magdalena Volpe.

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