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Só quem vive em Rio Preto sabe o que é…

Cidade tem várias peculiaridades, mas só quem vive nela é capaz de identificá-las

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São José do Rio Preto está prestes a completar 172 anos, e tem características únicas, que só quem vive na cidade é capaz de entender. Um exemplo disso é ter sempre que corrigir os que tentam abreviar seu nome para São José, afinal, aqui é Rio Preto. E tem ainda os que a confunde com Ribeirão Preto. Mas o rio-pretense é incansável em explicar a forma correta de nomear a amada “terrinha”.

Ao conversar com as pessoas nas ruas, ou navegar nas redes sociais, é comum encontrar características que, por definirem tão bem o local, logo ganham a concordância dos demais.

A verdade é que, só quem vive em Rio Preto sabe o que é ter o seu próprio sol, porque se fosse apenas um sol pra todos, não é possível que faria tanto calor, em quase todos os dias do ano. Vivemos para reclamar das altas temperaturas, mas quando chega o inverno, que é breve e pouco rigoroso, é comum ouvir pedidos para que o calor volte.

Outro aspecto marcante é ouvir o apito do trem, nos lugares mais improváveis, e em horários distintos, ou ainda ter que parar e esperar que as locomotivas, e seus muitos vagões, passem, e então poder seguir caminho.

“Só quem vive em Rio Preto sabe o que é parar no trânsito para uma família de capivaras atravessar a rua. E as danadinhas escolheram morar nos lugares nobres da cidade. Já parei paras as bonitinhas atravessarem na região da Represa Municipal e do condomínio Quinta do Golfe”, conta a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri.

E por falar em trânsito, uma coisa irritante na cidade é nunca poder confiar quando um motorista liga a seta do veículo. Isso porque é comum as pessoas virarem sem dar o sinal, ou ligarem a seta e não virarem nunca. Há quem diga que, por aqui, o sol não dá trégua e os motoristas não dão seta… E, no momento, faltam argumentos para contradizer a afirmação.

“Só quem vive em Rio Preto consegue entender as variações do uso da palavra ‘acha’. Dependendo da entonação e contexto, serve para responder a um agradecimento, demonstrar discordância, surpresa e até indignação”, pontua a assistente social Fabiana Funiceli.

Outro dialeto peculiar é a pessoa dizer que vai a cidade, mesmo morando na cidade. Acontece que se tornou comum trocar o “vou ao centro”, ou “vou ao calçadão”, por um “vou a cidade”. E olha que isso é usado até por pessoas que moram a menos de 500 metros de onde fica, o que podemos chamar, de região central de comércio.

Já que estamos falando de comércio da área central, só quem vive em Rio Preto sabe o porquê do Shopping Azul ter ganhado esse nome. Acontece que, antes dos comerciantes terem um espaço físico de alvenaria, e suas lojas ocuparem box, eles montavam suas barracas na praça Dom José Marcondes, e elas era de loja azul, originando o apelido carinhoso, que mais tarde foi oficializado.

Belezas e sabores   

A cidade tem seu charme e belezas naturais. De vários pontos, é possível ver o espetáculo do sol se pondo, um deles é na Represa Municipal, muitas vezes na companhia das capivaras, que se tornaram musas e, hoje, a imagem delas é usada como mascote de alguns empreendimentos.

Outro exemplo de local, de onde se aprecia o sol se despedindo é a avenida mais famosa da cidade. “Apaixonada pelo pôr do sol e, há mais de 20 anos, assisto ele se despendido, do coração de Rio Preto, que é a avenida Alberto Andaló”, comemora a cirurgiã-dentista Fabiana Shimomura.

Pôr do sol registrado por Fabiana Shimomura, na av. Alberto Andaló

Para os amantes da arte, só quem vive em Rio Preto sabe o que é ter o FIT – Festival Internacional de Teatro, que atrai produções e artistas de várias partes do mundo. Um evento que inunda a cidade de cultura.

E diferente do que acontece no Rio de Janeiro, a estátua do Cristo Redentor, que fica no bairro Maceno e tem mais de 15 metros de altura, é praticamente ignorada por grande parte da população, que nunca a viu ou, sequer, sabe que ela existe.

Mas, em contrapartida, o Mercadão todos sabem onde fica e, muitos, esperam o fim de semana para visitar o local, fazer compras, encontrar com os amigos e saborear delícias.

“Só quem vive em Rio Preto sabe que o pastel do Tadao é o que há de melhor na culinária internacional. Em sua pastelaria há iguarias e companhias”, celebra Durval de Noronha Goyos Jr., jurista e escritor rio-pretense, que adora frequentar o Mercadão.

Durval N. Goyos e Tadao, no Mercadão

E por falar em comida, tem outra opção que o rio-pretense saboreia feliz e, visitantes, muitas vezes, se surpreendem. “Só quem vive em Rio Preto sabe o que é cachorro-quente com carne moída.  Conheci, quando era criança, essa mistura de carne moída, salsicha, pão, catchup, mostarda e maionese. Pra mim, isso que era cachorro-quente, até que fui estudar em São Paulo, e lá não tem carne moída, assim como em muitos outros lugares. E aqui ainda tem a opção do frango, ou misto. Eu gosto muito”, destaca João M. Occhiucci, co-founder da Agrozap.ai.

Cachorro-quente de carne feito em Rio Preto

Falar da aniversariante é registrar suas características, sua cultura, seu povo, seu cotidiano. Sejam peculiaridades mais ou menos populares, certamente quem vive aqui concorda que, boa parte do que foi citado, é a cara de Rio Preto.  

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