Cidades
Preso, homem nega propriedade de drogas e acusa agentes de invasão
Delegado afirmou que “alegação do suspeito subestima a inteligência dos agentes do Estado”

Um homem foi preso com mais de 100 porções de cocaína nesta sexta-feira (28) no bairro Bom Jardim em Rio Preto. De acordo com informações do boletim de ocorrência, ele negou veementemente a propriedade do material ilícito, acusou policiais militares de entrarem na casa dele sem nenhuma autorização, mas foi mantido encarcerado pelo delegado.
Agentes do Baep relataram na Central de Flagrantes que era por volta de 15h, quando já diante de denúncias que em um imóvel no referido bairro ocorria tráfico de drogas, se dirigiram ao local. Avistaram o suspeito, de 45 anos, no quintal. Ao ver a viatura, ele correu para dentro de casa. Como o portão estava apenas encostado, sem nenhum cadeado, a equipe entrou.
Abordado na sala, de início, negou que tivesse algo irregular por ali. Como o imóvel é grande, a patrulha do canil foi acionada. Atrás de um rack, foi encontrada uma sacola com 105 pinos de cocaína e uma balança digital. Indagado, disse “que era apenas aquilo de ilícito que tinha na casa”. Em pesquisa, descobriram que o suspeito era procurado pela Justiça.
Ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para a delegacia. O laudo da análise científica confirmou que o material apreendido se tratava mesmo de cocaína. Ao delegado, o homem negou praticamente tudo o que os militares relataram. Disse, em síntese, que “estava em casa com a mãe, ouviu barulhos e se deparou com um PM lhe apontando uma arma, que não autorizou a entrada e que eles quebraram um cadeado que estava no portão”.
Em seguida, negou que “tivesse aquela quantidade de droga em casa, que possuía apenas uma porção de crack [dando a entender que os agentes plantaram o entorpecente para incriminá-lo], que havia acabado de comprar para consumo próprio. Ele tinha um documento que garantia já estar resolvida a questão do mandado de prisão e que os policiais não deixaram que ele pegasse e levara para a delegacia”.
Acreditava ainda que “um amigo o tinha entregado e que o ‘problema’ seria apenas a porção de crack e o referido mandado de prisão, que tinha o documento do Fórum que o liberava e que tudo seria facilmente esclarecido. Somente quando o delegado lhe falou das 105 porções de cocaína ficou sabendo disso. Ficou perplexo porque esse material não era dele e que não possuía tais drogas em casa e que não guardava para ninguém. Quando traficava, o fazia com crack e não ‘pó’ e que o mandado de prisão já havia sido cumprido”.
Preso
O depoimento forte não adiantou, pois mantido encarcerado, sem direito à fiança. No despacho, o delegado afirma, entre outras coisas, que “é pouquíssimo provável que qualquer policial mal intencionado colocasse mais de 100 porções de drogas para incriminar uma pessoa. Essa alegação flerta com a inocência, e subestima a inteligência dos agentes do Estado”.
Em relação a ele dizer que não era dono das substâncias, “a descoberta na casa dele não foi acompanhada de elementos que corroborem com as alegações que ele realizou”. Sobre o mandado de prisão, confirmou-se no plantão que o caso já havia sido resolvido e que ele não era mais procurado pela Justiça.
Já em relação ao que o envolvido alegou que teve a casa ‘invadida’ pelos militares, sem nenhuma autorização, foi instaurado inquérito para que a acusação seja apurada. Os documentos terminaram enviados ao distrito policial correspondente a área dos fatos, que vai proceder as investigações.