Cidades
MP determina que investigação do ‘caso Giovana’ seja feita em Rio Preto
Empresário e caseiro são suspeitos de envolvimento no homicídio de adolescente de 16 anos
O Ministério Público determinou que a Justiça da Comarca de Rio Preto fique com a responsabilidade de julgar o homicídio da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, encontrada enterrada em um sítio na última sexta-feira (23/8), em Nova Granada. A decisão é da promotora Catharina Verboonen, que entende que todos os envolvidos, inclusive o empresário de 45 anos, que assumiu ser usuário de cocaína, além da família da vítima, moram em Rio Preto.
“{…} praticou os atos de execução, onde o crime gerou intranquilidade social e onde melhor se fará a colheita das provas, já que os envolvidos, o empresário e seus funcionários da empresa, além de familiares da própria vítima residem na cidade de São José do Rio Preto. Diante do exposto, requeiro que este Juízo se declare incompetente e remeta os autos de prisão em flagrante a uma das Varas Criminais”, escreveu a representante do MP.
Agora, a investigação do caso também será feita em Rio Preto, pela Polícia Civil.
Entenda o caso
A vítima de 16 anos estava desaparecida desde dezembro de 2023. Em outubro do mesmo ano, a mãe dela registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento de pessoa na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Rio Preto. A jovem ficou alguns dias fora de casa e depois retornou, mas em dezembro saiu novamente e não foi mais vista.
Após denúncias, a Polícia Militar foi até um sítio em Nova Granada, onde foi recebida pelo caseiro, de 42 anos, que apontou o local onde o corpo estava enterrado há cerca de sete meses.
A ossada de Giovana foi retirada pelo Corpo de Bombeiros. Na cova estavam uma mochila com suas roupas, maquiagens, um celular quebrado, dois tênis, uma correntinha e outros objetos pessoais. Os restos mortais foram levados ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil aguarda os laudos para saber as causas da morte da vítima.
O caseiro contou para as polícias Civil e Militar que cavou o buraco onde o corpo da adolescente foi enterrado a mando do patrão, um empresário de 45 anos. Segundo o funcionário, o homem o mandou abrir a cova com a ajuda de um maquinário e ao chegar com a caminhonete na propriedade rural, o homem desovou o corpo da vítima e mandou o caseiro cobrir com terra. O funcionário disse ainda, que alertou o patrão sobre o fato tratar-se de um crime, mas obedeceu por medo de perder o emprego.
Empresário e patrão foram presos com armas, mas foram soltos após pagarem fiança no valor de R$ 22 mil somadas juntas.
Para a Polícia Civil, o empresário teria contado que conheceu a vítima há cerca de 15 meses, por meio do aplicativo de relacionamentos Tinder. O homem disse que marcou um encontro com a jovem em um motel em Mirassol, onde os dois tiveram relações sexuais e usaram drogas. Ele teria transferido uma quantia em dinheiro para Giovana, pelo Pix, e só soube que ela era menor de idade após ver o documento de identidade com a data de nascimento alterada, que ela portava.
Sete meses depois, segundo o MP, a adolescente teria enviado uma mensagem ao empresário por meio do WhatsApp, pedindo uma oportunidade de estágio em sua empresa. O homem teria dito no depoimento que pediu que a jovem levasse um currículo até o local, mas que percebia que ela era “problemática”.
O empresário teria dito ainda, que deixou Giovana sozinha na sala da empresa e foi comprar cerveja. Ele teria visto a garota pegar um frasco com cocaína. Quando ele retornou, teria encontrado Giovana trocando carícias com um funcionário dele.
O homem teria saído da sala novamente para pegar a cerveja e, quando retornou, outro funcionário disse que a adolescente estava passando mal.
O empresário contou que teria encontrado Giovana com os dedos das mãos e os lábios arroxeados e secretando um líquido transparente pela boca e nariz. Ao tentar socorrê-la, ela teria desfalecido e parado de respirar, não deixando dúvidas de que estava morta.
Ainda de acordo com o depoimento, o empresário teria contado que viu o frasco com cocaína vazio e entendeu que a adolescente usou a droga sem sua permissão e de forma exagerada.
O homem teria dito que pensou em jogar o corpo da adolescente em um rio, mas o levou para o sítio e o enterrou com a ajuda do caseiro.
A promotora de Justiça compreende que o caso se trata de homicídio.
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