Cidades
Pensando ajudar sobrinho acidentado, homem perde mais de R$ 20 mil em RP
Suposto secretário de advogado do familiar passou quatro vezes na casa da vítima para buscar e recebeu dinheiro

Um rio-pretense de 68 anos caiu em um golpe e ficou com prejuízo de quase R$ 23 mil. Pelo que consta no boletim de ocorrência, registrado nesta quarta-feira (16), a vítima, moradora da Vila Toninho, ‘facilitou’ a tática dos estelionatários, pois ao ouvir que “se tratava de um sobrinho” ao telefone, mencionou um nome a pessoa que ligou que, obviamente, confirmou que era exatamente quem ele perguntava. A partir daí, a artimanha utilizada chama atenção.
Na Central de Flagrantes, o homem contou que “recebeu uma ligação pelo telefone fixo da residência, na qual a pessoa se apresentou como sendo sobrinho dele. Questionou se era ‘tal’ [informou o nome] sobrinho, acreditando que estava mesmo falando com o parente. Do outro lado da linha, o criminoso ‘sim sou eu mesmo’ [repetindo o nome que a vítima tinha perguntado]. O ‘sobrinho’ alegou que havia sofrido um acidente e que o seguro estava atrasado, por isso precisava de R$ 1.910,12 mil para acertar”.
Seguiu o relato, dizendo que “tinha esse valor. Mais tarde, uma outra pessoa ligou, se apresentando como advogado do sobrinho, pediu o endereço dele e disse que ia mandar um secretário passar para buscar o valor, o que realmente aconteceu. Por quatro vezes. O suposto sobrinho ligou novamente, ‘informando’ que uma das partes do acidente era uma mulher grávida, que tinha quebrado o braço e, portanto, precisava de mais R$ 8 mil. Disse que também tinha esse valor e que secretário poderia passar lá e pegar o dinheiro”.
Como se não bastasse, “ligou novamente, dizendo que ‘a mulher grávida estava muito mal e que teria que fazer uma cirurgia de emergência para a retirada do bebê e, para tanto, precisaria de mais R$ 10 mil’. Disse novamente que tinha o valor e que poderia passar para pegar. Numa nova ligação, o criminoso virtual pediu mais R$ 5 mil, mas ele contou que só tinha mais R$ 3 mil. O ‘tal’ secretário, então, foi passando na casa dele e pegando os valores, sempre em uma moto. Vestia um colete ‘luminoso’ com faixas verdes, mas nunca viu o rosto porque ele não tirou o capacete em nenhum momento”.
Por fim, no dia seguinte, disse que “entrou em contato com a cunhada dele, mãe da ‘vítima’ e perguntou se havia dado tudo certo, sendo que a mulher não entendeu nada. Contou o ocorrido, instante em que foi informado de que não havia acontecido nada com o sobrinho dele e que tratava-se de um golpe”. O rio-pretense não sabe informar o modelo da motocicleta utilizada pelo ‘secretário’ e nem mesmo tem condições de reconhecê-lo, já que ele sempre estava de capacete.
A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses que tem direito a entrar com representação criminal (processo) contra os envolvidos. Esse prazo só passa a contar a partir do momento – e se – em que eles forem devidamente identificados. A documentação acabou encaminhada para o distrito policial correspondente a área em que os fatos ocorreram, onde o caso será alvo de investigações por parte da Polícia Civil.