Cidades
Diabetes mellitus descontrolado é um perigo para a circulação
Artigo escrito pelo Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel
O diabetes mellitus representa uma doença prevalente em nossa população, acometendo tanto pessoas jovens quanto idosas. De um modo genérico, o diabetes tipo I caracteriza-se pela insuficiência na produção de insulina, cuja função metabólica é essencial para o carreamento de glicose do sangue para os tecidos. Por outro lado, o mecanismo do diabetes tipos II apoia-se na resistência à insulina, em decorrência do sobrepeso e da obesidade. Em outras palavras, no tipo II existe produção de insulina, entretanto, sua função é prejudicada pela resistência tecidual ao efeito deste hormônio.
Dentre todos os fatores de risco para as doenças circulatórias, o diabetes mellitus destaca-se pelo intenso e progressivo comprometimento dos vasos sanguíneos, aumentando a deposição de placas de colesterol nas artérias e reduzindo o fluxo de sangue para as pernas e para os principais órgãos do corpo humano. Uma pessoa diabética evolui com maior risco de complicações vasculares, como derrame, infarto do miocárdio e má circulação.
Quem sofre com o diabetes mellitus sabe que o apoio multidisciplinar é fundamental para sua saúde. O acompanhamento com o endocrinologista e o cirurgião vascular é essencial durante o controle glicêmico e o tratamento das doenças e complicações vasculares, respectivamente. Ao longo dos anos, todo paciente diabético desenvolve algum grau de neuropatia, vasculopatia e oftalmopatia em decorrência dos índices glicêmicos elevados.
Como toda doença vascular, por sua natureza fisiopatológica, as complicações relacionadas ao descontrole glicêmico do diabetes mellitus não manifestam sintomas precoces. Portanto, o check-up vascular constitui a única forma de prevenir alterações circulatórias deletérias em decorrência da hiperglicemia crônica.
Além do comprometimento circulatório, a neuropatia diabética representa outro calcanhar de Aquiles do paciente diabético. A falta de sensibilidade devido a destruição dos nervos periféricos constitui a base para a formação da úlcera nos pés, denominada mal perfurante plantar. A formação desta úlcera altera o ponto de apoio plantar, contribuindo para processos inflamatórios e infecciosos que comprometem a arquitetura, o formato e a imunidade dos pés.
O mal perfurante plantar constitui a porta de entrada para infecções, favorecendo a destruição tecidual progressiva e o enfraquecimento ósseo, a partir de processos infecciosos crônicos, com evolução para fraturas ósseas, formação de abscesso e saída de secreção purulenta.
Infelizmente, o diabetes mellitus descontrolado inevitavelmente evolui para alterações circulatórias graves, com maior risco de infecção e perda do membro. As complicações vasculares relacionadas ao diabetes mellitus constituem uma importante causa de amputação de pé e perna.
Se você for diabético, esteja atento a saúde da sua circulação. Mantenha o acompanhamento médico e controle seus níveis glicêmicos. Faça seu check-up vascular periódico e cuide da integridade dos seus pés. Se houver dúvidas, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.
Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel. Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago).
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