Redes Sociais

Cidades

Censo das Pessoas em Situação de Rua é apresentado em Rio Preto

Divulgação foi feita por representantes da Secretaria de Assistência Social na sede da Associação Madre Teresa de Calcutá

Publicado há

em

Bruno Carvalho/Pref. Rio Preto

A Secretaria de Assistência Social (Semas) de Rio Preto apresentou na sede da Associação Madre Teresa de Calcutá, na última sexta-feira (20) os resultados do Censo das Pessoas em Situação de Rua para os usuários dos serviços socioassistenciais.

O Censo, realizado em março deste ano, contou com a participação de trabalhadores da Assistência Social e estudantes de psicologia das instituições Unilago e Unip, parceiras no estudo. A iniciativa tem como objetivo subsidiar o planejamento de futuras políticas públicas, detalhando as necessidades e condições dessa população vulnerável.

Composta por pessoas em diversas situações de vida, essa população enfrenta uma série de fatores que levam à condição de morar ou sobreviver nas ruas, seja de forma temporária ou permanente. Os dados coletados fornecem uma base sólida para o desenvolvimento de políticas públicas mais integradas e eficazes, atendendo às demandas e enfrentando os desafios das pessoas em situação de rua.

Durante apresentação, o público presente participou de uma roda de conversa para refletir sobre os dados apresentados e a realidade vivenciada por eles nas ruas, bem como os desafios para sair dessa situação. Vanessa Gimenez Ferreira, coordenadora do Departamento de Vigilância Socioassistencial da Semas e responsável pela aplicação e análise do Censo, apresentou os resultados e destacou a relevância do momento. “Foi um momento importante de discussão coletiva e reflexão sobre os motivos que levaram cada um a estar em situação de rua hoje e como mudar essa realidade. Eles também puderam compartilhar suas ideias e sugestões para aprimorar os serviços públicos e da rede parceira”.

A secretária de Assistência Social, Helena Marangoni, reforçou a importância de um olhar mais humano e inclusivo. “Precisamos de políticas ainda mais abrangentes e inclusivas para pensar na situação. As pessoas em situação de rua são frequentemente marcadas pela indiferença da sociedade. Elas são sujeitos de direitos e precisam ser vistas e tratadas com dignidade, tanto pelo Estado quanto pela sociedade como um todo”, afirmou.

Perfil da população em situação de rua

Foram entrevistadas 756 pessoas em São José do Rio Preto, evidenciando um perfil majoritário composto por homens cisgêneros (85,1%), pardos ou pretos (63,8%), com idade entre 30 e 49 anos (63,5%) e baixa escolaridade – cerca de 45,8% não completaram o ensino fundamental, e apenas 2,9% chegaram ao ensino superior. Os principais fatores identificados para a situação de rua foram o uso de substâncias psicoativas (49%) e conflitos familiares (47%).

O levantamento revelou, ainda, que a permanência nas ruas se dá em grande parte pelos serviços oferecidos pelo município (41%) e pela possibilidade de trabalho (32%). Aproximadamente 81% dormem em locais abertos, como calçadas e pontos de ônibus. A maioria dos entrevistados, cerca de 70%, possui uma renda de até meio salário mínimo, e 58% recebem o benefício Bolsa Família.

Desafios e necessidades da população em situação de rua

Entre os desejos mais citados pelos entrevistados, destacam-se a necessidade de moradia (56%), emprego (48%) e a intenção de deixar as ruas (44%). Apenas 4% manifestaram o desejo de permanecer na situação atual, evidenciando uma demanda importante para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas, focadas no acesso à moradia, inserção no mercado de trabalho e suporte para a construção de novos projetos de vida.

AS MAIS LIDAS