Cidades
Sabores que conquistam gerações
Rio-pretenses têm muitas memórias afetivas com a rica gastronomia da cidade; vários bares e restaurantes se tornaram ícones

Quem não tem uma memória que está atrelada a uma comida afetiva? Em seus 173 anos, Rio Preto coleciona muitas histórias de bares e restaurantes que conquistarem o paladar e a preferência de consumidores por várias gerações.
“A maioria das pessoas quando vão falar do passado de Rio Preto, lembram da culinária. Inclusive das receitas caseiras da casa das avós. Os estabelecimentos se foram e ficaram somente na memória do rio-pretense. Mas as guloseimas passaram de gerações para gerações. O arroz com feijão do Restaurante Comercial, a eterna pizza de muçarela da Salada Paulista, o carneiro do Ovelha Negra, a esfiha do Nicola, ou o lombo da Gaúcha. Eles continuam no nosso cardápio. São eternos”, destaca o historiador Fernando Marques.
A gastronomia, segundo ele, cresceu com a cidade e Rio Preto, até o início do século 20, tinha poucos espaços boêmios e de lazer, como o famoso Café do Ponto, na esquina das ruas Bernardino de Campos com a Pedro Amaral e Estação Ferroviária.
O famoso Café do Ponto
O bar do Hotel Nicoletti, na rua Bernardino (onde hoje é o Bradesco), se tornou reduto dos trabalhadores italianos nas lavouras de café e outros pontos importantes, de acordo com Marques, eram o Bar Familiar, na rua Tiradentes; o Bar Fernandes, na rua Bernardino de Campos, em frente à Praça Rui Barbosa; o Bar Chaves, onde atualmente é a Galeria Bassitt; e a Cervejaria Boa Vista, na rua Tiradentes.
Bar Fernandes, na rua Bernardino de Campos
No começo dos anos de 1930, Rio Preto deixou de ser uma cidade de terra e passou a receber calçamento em paralelepípedo, de acordo com o historiador.
E na década de 1950 o ex-prefeito Alberto Andaló mandou asfaltar o município inteiro, conforme Marques.
“Com o asfalto, houve o boom comercial”, destaca.
Colônia Italiana no Hotel Nicoletti
PASSADO E PRESENTE
Enquanto alguns estabelecimentos considerados icônicos deixaram de existir, outros ainda resistem à passagem do tempo e seguem cativando consumidores.
Para a publicitária Fernanda Marques, “Rio Preto hoje é uma cidade que é a capital da Região Metropolitana por sua abrangência, temos o privilégio de termos experiências gastronômicas e culinárias internacionais e regionais onde temos o destaque também da cozinha artesanal. Temos escolas formadoras de profissionais de alto nível e assim tornando São José do Rio Preto num polo turístico gastronômico delicioso”.
Confira alguns exemplos de quem ficou na memória:
RESTAURANTE COMERCIAL – Um dos mais populares do Centro de Rio Preto, funcionou da década de 1940 até o início dos anos de 1960.
OVELHA NEGRA DRINKS – De propriedade dos Irmãos Cheidd, o restaurante era especializado em comida árabe, como o quibe cru, charuto, lombo de carneiro, kafta, homus e coalhada.
BAMBINA – Por mais de três décadas funcionou na rua Jorge Tibiriçá, de frente para a Praça Rui Barbosa. Especializado em comida portuguesa, principalmente o bacalhau, antes de fechar as portas no início da década de 2010 se mudou para a rua Raul Silva, na Vila Redentora.
SALADA PAULISTA – Inaugurada em 1953, encerrou as atividades em 2016. Servia pratos feitos e comerciais e tinha a pizza de muçarela como carro-chefe da casa.
SUPER PÃO – Funcionando desde 1972 e localizada entre as ruas Silva Jardim e Coronel Spínola de Castro, a padaria se transformou numa espécie de confraria de jornalistas, poetas, comerciantes e munícipes em geral. Fechou suas portas há mais de 20 anos.
CHURRASCARIA GAÚCHA – Aberta em 1957, na rua Prudente de Moraes, entre as ruas Voluntários de São Paulo e XV de Novembro, com seu tradicional lombo de porco, foi a casa preferida dos rio-pretenses por décadas.
BUTEKO DO FAÍSKA – Torcedor-símbolo do América FC, Marco Meucci pilotou por 35 anos o fogão, conquistando uma legião de clientes e amigos à frente do seu Buteko do Faíska. A casa, especializada em carnes, tendo a picanha como carro-chefe, e petiscos funcionava na avenida Gabriel Jorge Cury quando encerrou as atividades, em 2014.
O’ CADORO – De propriedade do saudoso boêmio e barman Douglas Oliveira, foi o primeiro restaurante a servir rodízio de pizza na cidade e um dos pioneiros a ter música ao vivo, exclusividade até então dos clubes rio-pretenses. Ficava localizado onde, hoje, é o Semae, de frente para a Represa Municipal.
DANTAS PIANO BAR – Da marginal Governador Adhemar Pereira de Barros, com a avenida Murchid Homsi, anexo ao posto de gasolina, para um enorme complexo palco de grandiosos shows, na Murchid, fechou suas portas no final da década de 1990. A casa, segundo o historiador Fernando Marques, teve um dos maiores trios musicais de toda história da cidade: Renato Perez, no sax, Heládio, no piano, e Bongô, na bateria.
E saiba agora quem ainda atende e cativa:
COZINHA ORIENTAL – Foi um dos primeiros restaurantes orientais na cidade. Funciona na antiga casa do comerciante Paulino Bueno, proprietário da histórica Casa Bueno, na esquina das ruas XV de Novembro e Silva Jardim.
KIBERAMA – Especializado em comida árabe, o Kiberama tem duas unidades na cidade, uma na rua Bernardino de Campos, na área central, e outra no Riopreto Shopping. É um dos restaurantes mais tradicionais de Rio Preto e considerado um patrimônio da gastronomia árabe no município, sendo também ponto de encontro de políticos, empresários e jornalistas.
SAN REMO PIZZARIA – Começou a funcionar na cidade em 1968, na esquina das ruas Bernardino de Campos e Rubião Júnior. Já foi considerada o melhor chopp de Rio Preto e ainda é reconhecida como uma das maiores pizzarias de toda história. Seu endereço atual é na rua Voluntários de São Paulo, quase esquina da rua Rubião Júnior, onde serve também um histórico filé à parmegiana.
BEIRA RIO RESTAURANTE – Fundado em 1979, pelo casal Maria de Lurdes e Arlei Borges, fez fama com o filé à parmegiana e fechou as portas, na avenida Murchid Homsi, na Vila Elvira, em maio de 2014. Com a aposentadoria dos pais, Luciano Nogueira Borges resgatou a tradição familiar e o Beira Rio passou a funcionar na avenida dos Estudantes, servindo à vontade, por quilo e marmitex. A casa incluiu no cardápio o filé à parmegiana do ‘antigo’ Beira Rio e serve delícias como o virado à paulista, filé à cubana e feijoada.
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