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Em estado grave no HB, jovem esfaqueada não perdeu o bebê

Agora, inquérito passa a ser investigado como tentativa de feminicídio. Autor é namorado da vítima, que queria que ela fizesse um aborto

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Reprodução/ circuito de segurança

O delegado seccional de Rio Preto, Dr. Antonio Honório do Nascimento, afirmou em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (30/5) que a jovem de 18 anos, grávida, atacada na última quarta-feira (28) após descer de um ônibus no bairro Jardim das Aroeiras II, não perdeu o bebê. Ela continua internada no Hospital de Base, onde passou por cirurgia, e seu estado de saúde é grave.

Na noite de ontem (29), investigadores do 4º e 6º Distritos Policiais prenderam os dois suspeitos do crime. Um dos detidos é o namorado da vítima, de 19 anos, que confessou ter planejado o ataque por não aceitar a gravidez. Para esfaqueá-la, ele contou com a ajuda de um amigo, de 18 anos.

Agora, segundo o delegado, o caso deixa de ser tratado como lesão corporal e passa a ser investigado como tentativa de feminicídio.

“Em 39 anos na Polícia, eu nunca vi isso. Um homem cometer um ataque para matar o feto, e não a mulher”, declarou.

Ainda de acordo com Nascimento, a vítima e o suspeito mantinham um relacionamento há cerca de seis meses. Ela descobriu a gravidez há sete semanas, mas o namorado foi contra desde o início e chegou a pressioná-la por um aborto, o que ela recusou diversas vezes.

“Existem muitas conversas no celular dela que comprovam que ele queria o aborto. Mas, desde o início, ela optou por continuar com a gravidez, a ponto de se comprometer a criar a criança sozinha e até cogitar se mudar para fora do estado de São Paulo”, relatou o delegado.

Na noite do crime, vítima e suspeito haviam marcado um encontro para conversar. Após descer do ônibus, ela ficou esperando por ele, mas foi surpreendida e atacada com sete facadas.

“No primeiro momento, ela disse que tinha sido um assalto. Mas, antes mesmo da confissão dele, ela contou que tinha um namorado — e logo desconfiamos. Quem mais ela esperaria naquele local, naquele horário? Acredito que ela omitiu por medo”, explicou o delegado.

Com mandados de prisão expedidos pela Justiça, os dois suspeitos foram localizados e convocados a comparecer à delegacia, onde confessaram o crime. Os investigadores também apreenderam o canivete e as roupas usadas no ataque, ainda sujas de sangue.

Se condenados por tentativa de feminicídio, os dois podem pegar entre 30 e 40 anos de prisão.

Veja fotos:

(Fotos: Polícia Civil)

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