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Marido mata a mulher após crise de ciúmes em Rio Preto

Crime foi cometido dentro do carro após briga em bares; suspeito está preso na DDM

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Arquivo/ Gazeta de Rio Preto

Na madrugada desta sexta-feira (20/6), Rio Preto registrou mais um caso de feminicídio. Juliana Cristina de Oliveira Borges, de 47 anos, foi asfixiada até a morte por seu marido, de 60, em plena via pública, dentro do próprio carro — após uma briga supostamente motivada por ciúmes.

O homem disse para a polícia que, durante o trajeto de volta para casa, após uma madrugada de consumo de bebida alcoólica em dois bares, Juliana teve uma crise de ciúmes e passou a agredi-lo fisicamente, com tapas e mordidas, enquanto estavam no interior do veículo.

Ainda conforme o relato do suspeito, para conter as agressões, ele teria aplicado uma “gravata” no pescoço da vítima — uma espécie de estrangulamento — até que ela perdesse a consciência. Ao perceber que Juliana não reagia, o homem a levou até a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do bairro Santo Antônio, onde os profissionais de saúde constataram a morte.

Ele foi preso em flagrante e permanece detido na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) enquanto a perícia busca evidências no veículo e policiais civis apuram os detalhes do crime.

Um crime com padrão frequente

O caso segue a linha de violência doméstica que caracteriza os feminicídios, e chama atenção especialmente por ocorrer a cada 17 horas no Brasil. Dados da Rede de Observatórios da Segurança mostram que, em 2024, foram registrados 531 feminicídios entre nove estados — incluindo São Paulo — o que representa, em média, uma mulher assassinada a cada 17 horas. Já o Mapa da Segurança Pública apontou 1.459 vítimas em todo o país no mesmo ano — cerca de quatro por dia. 

Apesar de uma queda de 5% nos casos em 2024 (com 1.450 registros, ante 1.438 em 2023) o fenômeno permanece grave. No estado de São Paulo, os números também acendem a luz de alerta: no primeiro semestre de 2024, 124 mulheres foram vítimas consumadas de feminicídio — um aumento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2023 —, sendo a região do Deinter-5, que inclui Rio Preto, responsável por crescer 200% nesses casos. 

Rede de apoio e combate

Para enfrentar essa violência, o Brasil conta com serviços como a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) e casas de proteção espalhadas pelo país.

Em Rio Preto, a Patrulha Maria da Penha atendeu 1 364 mulheres em 2024 — realizando mais de 3 mil visitas a investigados sob medidas protetivas e prendendo 96 agressores.

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