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Fit Rio Preto retorna com 31 obras e participação de sete países

Atrações irão ocupar Rio Preto com 65 apresentações em dez dias de festival

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De 21 a 30 de julho, o Festival Internacional de Teatro de Rio Preto (FIT Rio Preto) retorna à cena cultural com uma programação pulsante e pautada por temas em diálogo com as questões da atualidade. Um dos mais importantes espaços de difusão e reflexão das artes cênicas no País, o festival contemplará 31 obras, sendo cinco internacionais, de gêneros e estéticas diversas, que irão ocupar 20 locais da cidade, entre palcos, ruas e espaços alternativos, totalizando 65 apresentações em 10 dias. O evento oferecerá 17 ações formativas e reflexivas e um ponto de encontro, o Graneleiro,  com 34 intervenções artísticas, shows e performances.

Realizado pela Prefeitura e pelo Sesc São Paulo, o FIT Rio Preto chega, em 2022, aos 53 anos de história e 20 anos de edição internacional, retornando à ativa após uma lacuna de dois anos sem edições por conta da pandemia da covid-19. O festival volta à cena com o propósito de marcar a retomada dos grandes eventos culturais, demonstrando a importância da arte e cultura especialmente em tempos difíceis, como de uma crise sanitária e humanitária.

Abertura
A abertura acontece no dia 21 de julho, quinta-feira, às 20 horas, no Anfiteatro Nelson Castro (Parque da Represa-Lago I), com o espetáculo Jacksons do Pandeiro, da companhia Barca dos Corações Partidos, do Rio de Janeiro/RJ. No palco, uma homenagem ao cantor, compositor e multi-instrumentista paraibano Jackson do Pandeiro (1919-1982), que recebeu a alcunha de “Rei do Ritmo” por suas mais de 400 canções recheadas de gêneros como samba, forró, coco, baião e frevo. Vencedora do prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro), a montagem tem direção de Duda Maia, texto de Braulio Tavares e Eduardo Rios e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos.

Edição 2022
“Símbolo de resistência e campo fértil para o pensamento crítico, o Festival Internacional de Teatro (FIT) de Preto está de volta numa edição particularmente especial. Após dois anos de pausa em razão da pandemia, o FIT chega em meio ao nosso respeito e solidariedade às famílias dos que partiram, e à celebração da vida dos que aqui permanecem. Ao receber o FIT 2022, a Rio Preto de vocação progressista cumpre seu papel com a convicção de que o fazer artístico, definitivamente, transforma para melhor a sociedade”, considera o prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo.

Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, “a pujança desse retorno se expressa na combinação de espetáculos, encontros e atividades formativas protagonizados por grupos e companhias teatrais oriundos de quatro regiões do país (Norte, Nordeste, Sudeste e Sul) e de diferentes países de língua hispânica, bem como por agentes da cena rio-pretense. Para o Sesc, promover essa forma de reunião corresponde a contribuir com a construção de leituras cênicas da realidade, em chave plural, hábeis em lidar com seus impasses”.

A curadoria, formada por Adriana Macedo, integrante da equipe da Gerência de Ação Cultural do Sesc São Paulo; Kil Abreu, jornalista e crítico teatral; e a atriz e diretora teatral Quitéria Kelly, escolheu entre mais de 800 trabalhos que, de maneira recorrente, manifestam o interesse de criadores por traduções diversas da realidade viva, nos palcos e nas ruas, o que se reflete na programação.

Espetáculos
Os espetáculos selecionados e convidados vão desde encenações realistas às experimentações de linguagem, passando pela performance, a alegoria cênica, o humor, o drama, a tragédia e os gêneros que, híbridos, dão conta de ler sobre o tablado um real que também está em pleno trânsito. São obras de 10 estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Pará, Amazonas e Rio Grande do Sul – e do Chile, Colômbia e Espanha, além de uma coprodução Brasil e Itália, e uma leitura dramática de um texto holandês. 

Destaca-se a presença da cena preta, com obras que sinalizam a vitalidade sobre o tema, suas questões e impasses. O coletivo paulistano O Bonde trata do drama de crianças africanas refugiadas em Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus, que parte de uma história real de um menino encontrado dentro de uma mala ao tentar entrar no continente europeu. Protagonizado por Hilton Cobra, fundador da Cia dos Comuns (RJ), Traga-me a cabeça de Lima Barreto! mergulha na vida e obra do autor carioca para discutir o racismo e a eugenia no Brasil. Montagem do Quintal das Artes (RJ), Luiza Mahin… Eu ainda continuo aqui evoca a figura vida da personagem-título, mãe do advogado abolicionista e jornalista Luiz Gama (1830-1882), para denunciar o genocídio da juventude negra a partir de relatos verídicos de mães de vítimas de violência policial.

Temas como a existência trans, a homofobia, a mulher e o direito ao corpo, seja por meio de cenas carregadas de poesia ou movidas pelo enfrentamento direto, também se fazem presentes em espetáculos como Manifesto Transpofágico, em que Renata Carvalho (SP) questiona como as pessoas enxergam o corpo travesti, e Neste mundo louco, nesta noite brilhante, do Grupo 3 de Teatro (SP), texto de Silvia Gomez, com Débora Falabella e Yara de Novaes no elenco, um desabafo acerca da violência contra a mulher no Brasil. Já 3 Maneiras de Tocar no Assunto, texto e atuação de Leonardo Netto (RJ) sob direção de Fabiano de Freitas, aborda diferentes aspectos relacionados à homofobia.
 

Graneleiro
O Graneleiro, como já é tradição, será o ponto de encontro nas noites do festival, onde artistas e público poderão trocar ideias e acompanhar atrações de diferentes linguagens artísticas, em clima de celebração da vida e da diversidade após dois anos de distanciamento social.

Serão sete noites de programação, envolvendo 34 atrações artísticas, entre projetos audiovisuais, performances, shows e apresentações de DJs e VJs, além de também servir de palco para espetáculos da programação do festival. Nesta edição, a curadoria do espaço ficou a cargo do ator, diretor e produtor Cesar Augusto, da Cia. dos Atores, do Rio de Janeiro (RJ).
Nesta edição, as performances são um dos pontos altos da programação no espaço. São trabalhos como Bola de fogo, solo de Fábio Osório Monteiro (Salvador/BA); Manifesto de uma mulher de teatro, atuado por Tânia Farias (Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz, Porto Alegre/RS); Eunucos, com Irmãs Brasil (RJ); além da performance-dança Looping: Bahia overdub, da 7Oito Produções (Salvador/BA). 
Entre os shows, a vencedora do Grammy Latino na categoria Pop Brasileiro Contemporâneo Tulipa Ruiz (SP) revisitará sua carreira acompanhada do power trio Pipoco das Galáxias.

Localizado dentro do Complexo Swift de Educação e Cultura, o Graneleiro é um dos patrimônios históricos da cidade. Com arquitetura inglesa, serviu como silo nas décadas de 1940 e 50.

Serviço:
Festival Internacional de Teatro de Rio Preto 
Data: De 21 a 30 de julho 
Programação completa: fitriopreto.com.br
Ingressos à venda: a partir de 8 de julho, às 11 horas no site do FIT Rio Preto (fitriopreto.com.br) e a partir das 17 horas em todas as unidades do Sesc de São Paulo e bilheteria do Complexo Swift

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