Economia
Bendita paçoquinha
Sem crise, fábricas de doces de Rio Preto e região, além de supermercados, vivem ‘Natal antecipado’ com vendas de produtos para festas juninas que pipocam pelos municípios

Olha a crise. É mentira! Pelo menos para as fábricas de doces de Rio Preto e região, além de supermercados, que não têm do que reclamar nesta época do ano. Os tradicionais festejos juninos pipocam pelas cidades do Noroeste paulista e, consequentemente, turbinam a fabricação de paçocas, pé-de-moleque, pipocas e outros quitutes. Considerado o ‘Natal antecipado’ da indústria de alimentos, o momento favorável que engloba este mês e se estende até julho eleva as vendas desses produtos de 25 até 50%.
O empresário Fábio Luiz Marins, de 38 anos, dono da empresa Doces Oliveira, em Rio Preto, é um dos mais otimista do setor e estima crescimento no volume de vendas em torno de 50%. Com um ano de mercado, a Doces Oliveira conta com 20 funcionários e precisou reforçar a equipe de profissionais para suprir a demanda. “Já temos três temporários, mas nas próximas semanas vamos ter de contratar outros dois ou três profissionais”.
Segundo ele, além dos quitutes tradicionais como pé-de-moleque, variedade de amendoins – com ou sem cascas, fritos no sal e até temperados com alho, salsa e cebolinha – e as paçocas caseiras – tipo rolhas e lisas –, o lançamento este ano é a paçoca recheada com leite ninho. “Isso sem contar a outra novidade para aqueles que querem uma festa junina mais light: a pasta de amendoim 100% integral. Esse produto é ideal para o público de academias porque não tem adição de açúcar”, afirma Marins.
Na Kodilar, empresa de alimentos de Rio Preto que atende várias regiões brasileiras, a expectativa para o período é de crescimento de 15% a 20%, na comparação com outros meses do ano. No total, a empresa conta com 590 tipos de produtos. Os últimos lançamentos da Kodilar ficam por conta das linhas Natural Life, Natural Life sem glúten (com indústria exclusiva) e os produtos orientais da linha Taressu. Segundo Maria Montezani, do departamento de Marketing, o tradicional milho de pipoca da Kodilar, batizado como “Pipocão”, é um dos mais procurados neste período junino. “Além de pipocas de micro-ondas e amendoins”, afirma ela, ressaltando também o aumento na procura por tapioca, um produto típico do Nordeste.
Outra novidade da empresa que tem agradado em cheio aos brasileiros, de acordo com Maria, é a crepioca sem glúten, ou seja, uma tapioca com ovos.
A Kodilar conta com pelo menos 500 funcionários. “Os postos de trabalho aumentam em torno de 40 a 50 funcionários nessa época do ano. Depois do período, os profissionais que mais se destacam normalmente são remanejados para outros setores aumentando assim a capacidade produtiva”, afirma.
Uma das estratégias da empresa rio-pretense é a realização de ações focadas nos festejos juninos em estabelecimentos comerciais. “O período de festas é uma boa oportunidade para lançamento de produtos, ações promocionais e degustações, que alavancam as vendas. Por onde for, os consumidores vão encontrar em nossos clientes [estabelecimentos comerciais] decorações juninas da Kodilar, como barraquinhas, bandeirinhas e outros atrativos”.
Na região
A empresa Siamar, que fica em Neves Paulista – cidade que fica a 30 quilômetros de Rio Preto –, também está otimista com as vendas e até contratou 10 funcionários temporários para ajudar na produção, além de ter estendido a jornada de trabalho, de acordo com Edmar Gubolin Rocha, diretor da empresa. “Neste ano devemos crescer em torno de 20% em volume de vendas de produtos típicos para festas juninas. Os mais vendidos neste período são pipocas, canjicas, amendoim, achocolatado e fubá”. A empresa também investe em kits com produtos juninos promocionais colocados estrategicamente nas barracas instaladas nos supermercados. A Siamar conta com 220 funcionários e mais de 300 tipos de produtos.
Supermercados esperam alta entre 10% e 15%
Mesmo diante de um cenário econômico prejudicado pela queda do emprego e da renda, o setor supermercadista, que se abastece para atender à demanda gerada pelo período, a expectativa é de um crescimento por causa das festas juninas entre 10% e 15% nas vendas de amendoim, milho para pipoca, canjica, milho, quentão, vinho quente e pinhão.
O gerente de Economia e Pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Rodrigo Mariano, ressalta que o efeito sazonal causado pelas festas juninas também contribui para o bom desempenho do setor em relação a outros produtos. “Um fluxo maior consumidores nas lojas impulsiona a comercialização de outros produtos, como carnes, queijos e bebidas em geral”, exemplifica.
Mariano afirma que a decoração atrativa e a criatividade na exposição dos produtos intensificam o clima festivo da data e proporcionam um ambiente favorável para a realização das compras. Para a indústria de alimentos diretamente relacionados às festas juninas, as vendas de junho e julho representam parcela significativa na comercialização anual dos produtos. “O período de festas é uma boa oportunidade para lançamento de produtos, ações promocionais e degustações, que alavancam as vendas nesta época do ano”.
Mariano não desconsidera o fato do atual momento econômico inibir os consumidores de modo geral, mas, mesmo num cenário de vendas em desaceleração com relação aos anos anteriores, o economista da Apas acredita que deve haver crescimento nas vendas no período que compreende as festas juninas.
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