Redes Sociais

Esportes

Sobrevivente de acidente com trave de futebol, Henry busca retomar rotina

Atleta das categorias de base do Tanabi, o garoto sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas no rosto; fé, orações e amor da mãe e amigos marcaram o caminho até a recuperação. Veja fotos!

Publicado há

em

Quando o adolescente Henry Gabriel de Lima Amaral, de 12 anos, entrou em campo no condomínio onde brincava com amigos, no dia 8 de agosto deste ano, nada indicava que aquele seria o dia mais difícil de sua vida. Depois de marcar um gol, o garoto — apaixonado por futebol e ponta direita do Tanabi Esporte Clube — subiu na trave para comemorar, como costumava fazer. A estrutura, que tinha rodinhas e não estava fixada ao chão, tombou e atingiu sua cabeça em cheio.

O impacto causou traumatismo craniano e múltiplas fraturas no rosto. Levado às pressas ao Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, Henry chegou em estado gravíssimo, com risco iminente de morte. “Não lembro nada do acidente. A última coisa que lembro foi a última noite quando fui dormir, depois disso, apagou tudo.”

“Foram os piores minutos da minha vida”, lembra a mãe, Érika Fernanda Lima, 46 anos. “Vi meu filho tendo uma parada cardiorrespiratória e sendo reanimado. Ele ficou em coma, cheio de aparelhos. Só me restava orar e pedir a todos que não parassem de rezar.”

A primeira cirurgia aconteceu no dia seguinte ao acidente, para aliviar a pressão no cérebro. Doze dias depois, uma nova operação reconstruiu parte da face. “Ele deu entrada com risco de morte e 17 dias depois recebeu alta. Foi um milagre, não há outra explicação. As mãos médicas e de Deus se uniram naquele hospital”, diz Érika, emocionada.

Uma cidade em oração

Assim que o caso se espalhou, uma corrente de fé tomou conta de Rio Preto e região. Em menos de duas horas, um grupo no WhatsApp já reunia mais de 500 pessoas pedindo pela recuperação do menino — no dia seguinte, já eram mais de mil.

“Igrejas de várias denominações se uniram em oração, o colégio dele se reuniu na capela todos os dias, o time do Tanabi fez vigília, e até um animador de festas organizou um encontro de oração em frente ao HCM. Foi algo comovente”, recorda a mãe.

Recuperação e recomeço

Hoje, Henry se recupera em casa, acompanhado por uma equipe multidisciplinar de médicos e fisioterapeutas. O lado direito do rosto ainda apresenta sequelas: “A pupila está dilatada, a pálpebra não abre totalmente e ele tem dificuldade para mover o olho e enxergar bem”, explica Érika.

Mesmo com limitações, ele não perde o bom humor — nem o sonho de voltar a jogar bola. “Fiquei triste e com medo, porque sempre fui muito ativo. Jogava bola o dia todo. Foi difícil parar de uma hora pra outra”, conta Henry. “Mas fico feliz de estar perto da minha mãe e da família, recebendo tanto carinho.”

Desde a alta, ele tem recebido visitas diárias de amigos e colegas de escola, que continuam em oração por sua recuperação. “Já fui à escola e foi muito legal rever todo mundo. Me senti amado”, diz o garoto, sorrindo.

Lições de fé e amor

Para Érika, o acidente transformou completamente a rotina da família. Ela se afastou do trabalho para cuidar do filho em tempo integral. “Hoje dou valor a coisas simples, como levá-lo à escola ou parar tudo para ver um filme com ele. A correria fazia a gente esquecer o essencial”, reflete.

“Sempre tive fé, mas ela se multiplicou. O Henry é o verdadeiro milagre. Nunca vou esquecer a dedicação dos médicos, enfermeiros e de todas as pessoas que oraram por ele”, completa. “Peço aos pais que fiquem atentos aos locais onde os filhos treinam e brincam, para verificarem se as traves estão bem fixadas. É importante que todos se mobilizem para garantir essa segurança, evitando que outros passem pelo que estamos enfrentando”, ressalta.

Henry ainda não pode correr, brincar ou voltar aos campos — mas sonha com o dia em que vestirá novamente a camisa do Tanabi. “Meu sonho é ser jogador de futebol, e eu não vou desistir”, afirma o menino, com a convicção de quem já venceu a partida mais difícil da vida.

Veja Fotos:

(Fotos: arquivo pessoal/ cedidas ao Gazeta de Rio Preto).

AS MAIS LIDAS