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TikTok anuncia restauração do serviço nos EUA após fala de Trump

Presidente afirmou que assinaria uma ordem executiva na segunda-feira para restaurar o aplicativo

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Solen Fleyssa/Flickr/Divulgação

Alguns usuários nos Estados Unidos relataram que o TikTok voltou a ficar online poucas horas depois de o presidente eleito Donald Trump prometer, neste domingo (19), que assinaria uma ordem executiva na segunda-feira (20) para restaurar o aplicativo banido. Cerca de 12 horas após o primeiro desligamento, os usuários começaram a ter acesso ao TikTok em um navegador da web e no aplicativo, embora a página ainda mostrasse um aviso sobre o desligamento.

A ação drástica para trazer o aplicativo de volta ocorre depois de o TikTok ter saído do ar para os americanos na noite de sábado (18). Os usuários que tentaram abrir o aplicativo a partir daquele momento receberam um informe de que ele estava offline e um pedido aos usuários para que “fiquem atentos”.

Agora, após as declarações de Trump, uma outra mensagem é apresentada no aplicativo: “Em acordo com nossos provedores, o TikTok está em processo de restauração do serviço”, disse o TikTok em um comunicado no qual agradeceu a Trump por “fornecer a clareza e a garantia necessárias aos nossos provedores de serviços de que eles não sofrerão penalidades por fornecer o TikTok a mais de 170 milhões de norte-americanos e permitir que mais de 7 milhões de pequenas empresas prosperem”.

Dada a grande popularidade do TikTok – apenas nos Estados Unidos são 170 milhões de usuários –, a restauração do aplicativo pode ser a primeira grande vitória política de Trump, ao puxar para si a responsabilidade de “resgatar” a plataforma tão utilizada. No entanto, embora o fechamento do TikTok tenha durado apenas algumas horas, o futuro de longo prazo do aplicativo nos Estados Unidos provavelmente será mais complicado.

O caminho para garantir o futuro do TikTok

Em publicação feita no Truth Social neste domingo, Trump declarou que planeja emitir uma ordem executiva após sua posse na segunda-feira para “estender o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger nossa segurança nacional”.

Ele pediu aos parceiros do TikTok que permitissem a restauração do aplicativo, e garantiu que “nenhuma empresa que ajudou a impedir o desaparecimento do TikTok antes da minha ordem será responsabilizada”“Os americanos merecem ver nossa emocionante posse na segunda-feira, bem como outros eventos e conversas”, disse Trump.

A mensagem pode ter sido suficiente para tranquilizar os parceiros de tecnologia do TikTok, incluindo a Oracle, que hospeda o conteúdo do TikTok nos Estados Unidos, e a Apple e o Google, que hospedam o aplicativo em suas lojas de aplicativos, para continuar dando suporte ao aplicativo. De acordo com a lei, essas empresas podem enfrentar penalidades de até US$ 5.000 por pessoa que tenha acesso ao TikTok, se for aplicada.

Trump afirmou, ainda, que estava considerando uma extensão de 90 dias na proibição para lhe dar tempo de fechar um acordo para vender o aplicativo a um proprietário não chinês. Em sua postagem, Trump disse que buscaria uma operação conjunta 50-50 entre a empresa controladora existente do TikTok, a ByteDance, sediada na China, e um novo proprietário americano.

O anúncio da restauração pode servir como uma espécie de vitória política imediata para Trump com a juventude americana. Embora o presidente eleito tenha apoiado a proibição do TikTok em seu primeiro mandato como presidente, ele afirmou recentemente que quer manter o aplicativo vivo – e chegou a postar “SALVE O TIKTOK!” na manhã deste domingo.

O próprio TikTok apelou a Trump em uma mensagem no aplicativo a partir do final da noite de sábado, notificando os usuários de que o aplicativo não estava disponível nos Estados Unidos.

“Temos sorte que o presidente Trump indicou que trabalhará conosco em uma solução para restabelecer o TikTok quando ele assumir o cargo”, escreveu a empresa. “Fiquem ligados!”. O CEO do TikTok, Shou Chew, também elogiou Trump em um vídeo respondendo à derrota da empresa na Suprema Corte na sexta-feira (17).

“Estamos gratos e satisfeitos por ter o apoio de um presidente que realmente entende nossa plataforma, alguém que usou o TikTok para expressar seus próprios pensamentos e perspectivas, conectando-se com o mundo e gerando mais de 60 bilhões de visualizações de seu conteúdo no processo”, afirmou Chew.

Trump atribuiu sua vitória eleitoral em parte ao TikTok, durante uma entrevista coletiva em Mar-a-Lago em dezembro.

“Tenho um lugar especial no meu coração para o TikTok”, disse Trump, alegando ter vencido o voto dos jovens por uma margem significativa. “E há aqueles que dizem que o TikTok teve algo a ver com isso”.

A lei que proíbe o aplicativo foi aprovada com forte apoio bipartidário no Congresso, citando preocupações com a segurança nacional. Embora uma pesquisa do Pew Research Center em 2023 tenha revelado que cerca de metade dos americanos apoiavam a proibição, ela tem se mostrado consistentemente impopular entre as gerações mais jovens.

Solução não é permanente

Embora a decisão de Trump traga alguma tranquilidade imediata, a ordem executiva pode enfrentar desafios, inclusive de membros do próprio Partido Republicano, que dizem se opor a qualquer extensão da proibição.

“Elogiamos a Amazon, a Apple, o Google e a Microsoft por seguirem a lei e interromperem as operações com a ByteDance e o TikTok, e encorajamos outras empresas a fazerem o mesmo”, escreveram os senadores republicanos Tom Cotton, do Arkansas, e Pete Ricketts, de Nebraska, em uma declaração conjunta no domingo. “A lei, afinal, corre o risco de falência ruinosa para qualquer empresa que a viole. Agora que a lei entrou em vigor, não há base legal para qualquer tipo de ‘extensão’ de sua data efetiva”.

Cotton e Ricketts disseram que o TikTok só deveria voltar a ficar online “depois de cortar todos os laços entre o TikTok e a China comunista. Só então os americanos estarão protegidos da grave ameaça à sua privacidade e segurança representada por um TikTok controlado pelos comunistas”. (Com informações da CNN e Agência Brasil)

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