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A polêmica dos supersalários na Câmara de Rio Preto

Funcionários do Legislativo ganham até três vezes mais que servidores da iniciativa privada, ambos com a mesma função

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Imagine trabalhar em um local que pague até três vezes mais do que a média de mercado, além de garantir em caso de boa conduta um contrato vitalício. Esse é o caso de 56 aprovados em concursos públicos e que trabalham na Câmara de Rio Preto.A polêmica envolvendo o acúmulo do pagamento de salários de vereadores funcionários públicos colocou em evidência a discussão sobre o tema no legislativo, famoso pelo pagamento de supersalários.

No mês de setembro, os vencimentos de vereadores, assessores e servidores concursados ultrapassaram os R$ 888 mil.No caso de telefonistas, que trabalham na iniciativa privada na cidade, a média do salário fica em torno de R$ 1,2 mil, enquanto na Câmara de Rio Preto, o vencimento de uma servidora contratada em 1994, na mesma função, ultrapassa os R$ 9 mil.

Outras duas telefonistas contratadas no concurso de 2012 recebem atualmente em média R$ 3,8 mil, valores turbinados por gratificações concedidas pelo presidente da casa, Fábio Marcondes (PR) e que ultrapassam os R$ 1,8 mil, valor acima do salário-base.De acordo com o sindicalista Sérgio Paranhos, os trabalhadores merecem um salário digno, porém não entende o que ocorre com os servidores locais.

“Defendo que todos tenham salários dignos, mas não entendo porque se paga tanto na Câmara. Acredito que isso precisa ser revisto, pois somos nós trabalhadores da iniciativa privada que por meio dos nossos impostos mantemos os servidores públicos”, afirmou.

A discrepância entre os valores pagos pelo legislativo não é exclusividade das telefonistas, no caso dos motoristas também contratados no mesmo concurso, os salários pagos para nove servidores chegam a variar em 99% entre os escolhidos por Marcondes para receber as gratificações. Um dos preteridos ganha R$ 2,2 mil enquanto que para cumprir a mesma carga horária os vencimentos dos agraciados com o benefício ultrapassa os R$ 4,5 mil.Para o sindicalista Daniel Caldeira, o Legislativo segue o piso da categoria, porém defende a manutenção das gratificações. “Eles (Câmara) seguem o que diz a convenção coletiva da categoria, e considero importante que se pague mais para que o servidor faça outros tipos de serviços”, ressaltou.

Em junho, a mesa diretora, composta por Marcondes, Marcio Larranhaga (PSC), Cesar Gelsi (PSDB), Karina Caroline (PRB) e Celso de Oliveira (PSB) criaram três novas comissões para ampliar a quantidade de servidores que recebem os adicionais. Nos últimos dias, a juíza Tatiana Pereira Viana Santos, negou pedido da servidora Maíra Guiducci que recorreu ao Judiciário para evitar a devolução de valores recebidos acima do limite constitucional, que é o salário do prefeito, desde o ano de 2005, e conforme a reportagem apurou ultrapassariam os R$ 200 mil.

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