Eleitor maduro, sensível à crise e conectado às redes sociais

Com o tempo reduzido de campanhas para 45 dias, os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores travaram em Rio Preto uma batalha contra o tempo para ‘conquistar’ um eleitorado mais maduro, sensível às turbulências econômicas e políticas, além de estar bem mais conectado às redes sociais do que nas eleições de 2012. Aos poucos, as campanhas começam a ganhar as ruas e avenidas da cidade, com a presença dos tradicionais cabos eleitorais com bandeiras dos candidatos.

No município, 318.478 eleitores estão aptos para votar em outubro. Desse total, 53% são mulheres, ou seja, 169.969. Os dados estão disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O inexperiente eleitor entre 16 e 17 anos, soma um total de 972 pessoas. Eles não são obrigados a comparecer às urnas em outubro. Há especialistas que afirmam que esses eleitores estão mais preocupados em caçar Pokémon GO no smartphone, a nova moda mundial, do que prestar atenção em propagandas e propostas dos candidatos. “Vou deixar para votar só quando for obrigatório”, afirma Lucas Vinícius Santos, de 17 anos. Já Felipe de Souza, 16, faz questão do voto. “Já que posso, vou votar sim porque não adianta só reclamar. Temos que dar a resposta nas urnas”.

A escolaridade dos eleitores que votam em Rio Preto também subiu em relação a 2012. No caso de nível superior completo são 9,90%. Eram 8,3% há quatro anos. O eleitorado também ficou mais maduro. A faixa com mais eleitores é a de 45 a 59 anos, com 82,7 mil eleitores, seguida da faixa entre 25 e 34 anos, com 65,1 mil eleitores. Já o eleitorado acima de 70 anos, que também não é obrigado a votar, subiu 21%, de 25,6 mil para 31 mil. Rio Preto conta atualmente com 115 locais de votação, com 903 seções eleitorais distribuídas pelos bairros da cidade. O maior eleitorado de Rio Preto está na 267ª Zona Eleitoral, com abrangência desde a avenida Bady Bassitt até o extremo da zona norte, e conta para a eleição de outubro com pouco mais de 138 mil eleitores. Outro obstáculo nessa disputada, com a nova lei eleitoral, que entrou em vigor a partir deste ano, é o teto estabelecido de gastos à disputa e que proíbe doações de empresas. Pessoas físicas podem doar até 10% da renda do ano anterior. Para recursos do próprio candidato, não há limite de contribuição.

Isso sem contar a briga entre siglas. Há quatro anos, os dois maiores partidos do Brasil, o PT e o PMDB, eram aliados no Congresso Nacional e ocupavam juntos a Presidência da República, sem o processo de impeachment que transformou as duas siglas em inimigas eleitorais. O julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) começa na próxima quinta-feira (dia 25), com previsão de até quatro dias de duração.

No Brasil

O Brasil conta para as eleições de outubro com mais de 140 milhões de eleitores. Segundo dados da Justiça Eleitoral, o maior contingente de eleitores – 34,9 milhões – tem entre 45 e 59 anos e representa 23,8% dos brasileiros aptos a escolher prefeitos e vereadores em outubro. Essa faixa representava menos 1,7 milhão de votantes na eleição passada. São eleitores com pelo menos o segundo grau completo, renda de classe média e vivem conectados às redes sociais. O segundo maior grupo de eleitores tem entre 25 e 34 anos. São 32,2 milhões de votantes, que representam 22% do total.