Ruas recapeadas sem buracos ficam sem acessibilidade

Além de criar transtornos ao trânsito em diferentes pontos da cidade, a construção dos corredores de ônibus de Rio Preto também gerou um novo transtorno aos contribuintes cadeirantes. Isso porque a camada de recapeamento sobre as ruas sem buracos criou obstáculos nas rampas de acesso às calçadas.

O flagrante foi feito pela reportagem da Gazeta em diferentes pontos da área central como nos cruzamentos da rua 15 de Novembro com Saldanha Marinho, Independência, e Marechal Deodoro, assim como no cruzamento da Saldanha Marinho com a Voluntários de São Paulo.

A auxiliar administrativo Damares Aparecida de Oliveira, que é cadeirante, confirmou à reportagem que o degrau no asfalto inviabiliza o uso das rampas. “Eles podem ter melhorado a via, mas surgiu este novo problema para os cadeirantes. Deveriam ter pensado antes nas rampas de acesso. Se em algumas delas o acesso já era difícil, agora ficou totalmente inviável. Enquanto não resolver este problema, vai atrapalhar bastante”, afirma ela.

Ela admite, no entanto, que tem aumentado a consciência coletiva a respeito da acessibilidade. “Antes era muito pior. De uns anos para cá, a acessibilidade vem melhorando bastante, mas está longe do ideal. Além das dificuldades que enfrentamos no dia-a-dia, ainda existem problemas de rampas muito estreitas ou muito inclinadas. A falta de bom senso dos motoristas que estacionam na frente das rampas também é um grande problema”.

Providência

Procurada, a Secretaria de Obras de Rio Preto informou que tomou conhecimento dos problemas logo no início da atual administração e se reuniu com a empresa ATP Engenharia, responsável pela elaboração dos projetos de mobilidade e acessibilidade, que se comprometeu a fazer as devidas correções

no projeto. “A Prefeitura informa ainda que vem tomando as medidas necessárias para que os problemas sejam sanados sem prejuízo à população. Para solucionar definitivamente, será necessária uma reprogramação do contrato junto a Caixa Econômica Federal, agente financiador. É importante esclarecer que a Prefeitura não pode suspender a obra sob pena de devolução de recursos”, consta a nota.

A construtora ATP venceu a licitação e foi contratada pela administração do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) em 2014 para conduzir o projeto de Mobilidade Urbana que inclui, além dos corredores de ônibus, a construção de viadutos e o novo terminal urbano de Rio Preto. A construtora ATP foi procurada pela reportagem por telefone e por e-mail, mas não retornou as solicitações.

Repercussão

Reportagem publicada pela Gazeta na semana passada, sobre o recapeamento de ruas em que não há buracos para receber os corredores de ônibus, repercutiu durante toda a semana nas redes sociais. Só na página do Facebook foram 1,4 mil reações, 620 compartilhamentos, 315 comentários e quase 80 mil internautas alcançados.

Obra provoca interdições em ruas e avenidas

A Secretaria de Trânsito de Rio Preto informou que haverá interdições de vias para obras dos corredores de ônibus entre os dias 29 de maio e 3 de junho. As vias atingidas pelos trabalhos serão a avenida Philadelpho Gouveia Netto e a rua Pedro Amaral.

Na Philadelpho, os trechos atingidos serão, entre as avenidas Maria da Silva Doria e Dr. Antonio Marques dos Santos, entre a rua Humberto Delboni e avenida Dr. Antonio Marques dos Santos e, por fim, entre a rua Humberto Delboni e Roberto Munia.

Na Pedro Amaral, entre a rua Osvaldo Cruz e Dr. Cenobelino de Barros Serra. Segundo a assessoria da Prefeitura, todos os locais serão interditados em meia pista e estarão devidamente sinalizados. A Secretaria de Trânsito pede para que os motoristas redobrem a atenção nos locais e respeitem a sinalização.