Condenação de Lula divide opiniões

Os principais nomes da política de Rio Preto comentaram a decisão do juiz Sérgio Moro, responsável por conduzir as investigações da Operação Lava Jato, que nesta semana condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrução passiva e lavagem de dinheiro. É a primeira vez na históriado Brasil que um ex-presidente da República é condenado por um crime comum.

O prefeito Edinho Araújo (PMDB) fez um breve comentário, por meio de nota, sobre a situação de Lula. “A Justiça se pronunciou e cabe agora ao ex-presidente Lula fazer valer o direito de defesa. Tudo dentro da normalidade, mostrando que nossas instituições estão funcionando”, escreveu.

Para o deputado estadual Orlando Bolçone (PSB), a condenação representa um avanço para o país e marca um momento histórico, porque, para ele, a sentença de Moro mostra que ninguém está acima da lei. O deputado destaca também o amplo direito de defesa do ex-presidente Lula, que terá, também em outras esferas, a oportunidade de questionar condenação sofrida nesta semana. “É importante registar a normalidade do processo e do julgamento e a possibilidade do réu se defender. Eu, particularmente, sempre respeitei as decisões da Justiça e o que aconteceu mostra que nossas instituições funcionam bem”, afirmou.

Outro representante de Rio Preto na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) seguiu a linha adotada por colegas de partido, principal opositor ao PT, e apoiou e decisão do juiz. “A decisão foi correta. Houve apuração por parte do Ministério Púbico e pela Polícia Federal. O juiz Sérgio Moro estudou o processo durante meses e ouviu testemunhas, incluindo o ex-presidente Lula. Portanto, tudo correu dentro da normalidade. A lei é para todos”, cravou o parlamentar.

O também deputado estadual João Paulo Rillo (PT) saiu em defesa do ex-presidente.  Em nota à imprensa, o rio-pretense afirmou que “a condenação é mais uma etapa de um processo penal de exceção, com vícios e objetivos políticos. Numa avaliação mais responsável e equilibrada, em instâncias superiores, a incapacidade da força-tarefa da Lava Jato em provar os crimes imputados ao ex-presidente não deve passar despercebida. Também não passa despercebido o oportunismo em anunciar uma sentença desta importância um da após ter sido aprovada a reforma trabalhista contra a qual se ergueram OIT, MPT e diversos setores e que ameaça direitos conquistados ao longo de uma história de luta dos trabalhadores”, escreveu. 

O presidente da Câmara de Rio Preto, Jean Charles, segundo informou a assessoria, estava viajando e incomunicável por isso não opinou sobre a questão. O deputado estadual Sebastião Santos (PRB) também foi procurado via assessoria, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

Pronunciamento

Em declaração à imprensa na sede do PT na capital paulista, o ex-presidente Lula afirmou que a sentença aplicada pelo juiz Sérgio Moro tem componente político e que provará a inocência nas próximas etapas da ação. “A única prova que existe nesse processo é a da minha inocência. Eu acho que o Moro tem que prestar contas à história, que vai dizer quem está certo e errado. Quem acha que é o fim do Lula, quebrou a cara”, disse.

O ex-presidente e seus advogados disseram que vão recorrer em todas as instancias e que irão questionar a sentença de Sérgio Moro no Conselho Nacional de Justiça. Lula criticou o juiz, que, na visão dele, escreveu 60 páginas na condenação para se justificar pela falta de provas.