Política
Marco Rillo vai presidir a CEI que vai investigar a Emurb
Petista foi o autor do projeto de abertura da comissão e sorteado para conduzir o trabalho, que deve ser finalizado em 120 dias

O vereador Marco Rillo (PT) vai presidir a CEI (Comissão Especial de Inquérito) que vai investigar irregularidades na Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb). O nome do petista foi escolhido por meio de sorteio realizado na quinta-feira, dia 8, no auditório da Câmara. Além de Rillo na presidência, a comissão terá Gerson Furquim (PP) como relator, Celso Peixão (PSB) como membro e José Carlos Marinho (PSB) como suplente.
Rillo disse que vai apenas esperar que a composição de CEI seja publicada para marcar a primeira reunião e dar andamento ao trabalho de apuração. Segundo ele, o principal foco da comissão deve ser o processo de implantação do aplicativo da Área Azul digital, que apresentou falhas técnicas e gerou uma crise política que acabou custando o cargo da então diretora presidente Vânia Pelegrini. O vereador disse que vai intensificar a investigação da destinação dos R$ 350 mil ao projeto, aprovada pela Câmara em sessão extraordinária, realizada em dezembro do ano passado.
Além da digitalização da Área Azul, a comissão vai apurar concursos que foram feitos para contratação de funcionários para a Emurb e o processo de impressão e venda de talões usados na cobrança. Rillo quer saber, por exemplo, como era feito o controle da venda dos bilhetes e a forma de destinação do dinheiro arrecadado à conta da empresa.
O primeiro envolvido com a Emurb que será ouvido pela comissão deverá ser o empresário Wagner Costa, dono da empresa Innovare Cartuchos, que venceu a licitação e ficou responsável pelo desenvolvimento do aplicativo para celular que seria usado na cobrança do estacionamento. Rillo já adiantou que vai pedir ao Ministério Público o depoimento prestado pelo empresário, que se tornou o pivô do escândalo da Emurb.
Rillo afirmou que a mulher do empresário também será chamada para depor, assim como ex-presidentes, principalmente Vânia Pelegrini, e funcionários da Emurb e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Liszt Abdala, que deixou o cargo depois que familiares dele participaram da licitação da Área Azul.
A comissão terá 120 dias de prazo, contados a partir da publicação da composição, para fazer os levantamentos necessários e produzir um relatório. Além da CEI, aprovada na primeira sessão ordinária do ano, realizada na terça-feira, dia 6, a Emurb é também alvo de uma sindicância, que já está em fase de conclusão. Rillo afirmou que não pretende usar informações da sindicância durante os trabalhos da comissão.
Marco Rillo, que também foi o autor da proposta de abertura de investigação, fez questão de ressaltar que o trabalho da comissão não é de cunho político. “Podemos dizer que instalamos a ‘CEI da obrigação’ na Câmara. É nosso papel investigar, apurar irregularidades, principalmente em situações como essa, que tomou tamanha proporção”, disse.
O petista elogiou a formação da comissão e disse que as investigações são o ponto forte da carreira política dele. “Tenho uma vasta experiência nesse tipo de trabalho, e poderei contar também com o Gerson Furquim, que é um exímio advogado e profundo conhecedor do regimento da Casa, o que vai nos favorecer quanto à contenção de gastos, porque ele pode fazer por conta própria um trabalho que talvez custasse dinheiro à Câmara”, afirmou.