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Câmara aprova requerimento e secretário de Trânsito é aguardado para explicar nomeações na Jari

Prefeito Edinho nomeou pessoas ligadas à política para analisar recursos de trânsito de motoristas

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O secretário de Trânsito de Rio Preto, Amaury Hernandes, terá a chance de explicar na Câmara Municipal quais os critérios adotados pela pasta para nomear as três juntas que compõem a Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infrações), órgão que analisa recursos de motoristas contra multas de trânsito.
No fim do mês passado revelações mostraram que pessoas ligadas ao prefeito Edinho Araújo (MDB) e partidos políticos foram nomeadas para julgar os recursos impetrados por motoristas. 
A nomeação dos integrantes é de responsabilidade do prefeito Edinho, por meio de decreto. O prefeito já disse a Gazeta não haver imoralidade nas nomeações. Entre os nomeados, está Sérgio Pursino. Ele é tesoureiro do PR, partido comandado na cidade pelo vereador Fábio Marcondes, que recentemente fechou acordo com o governo para apoiar Edinho na Câmara em troca da indicação de aliados, justamente na secretaria de Trânsito.
Outro integrante é Jair Igor Gonçalves. Ele é assessor do vice-prefeito Eleuses Paiva (PSD), e até o início do mês atuava como chefe de gabinete do vice-prefeito, embora Eleuses tenha se afastado cargo para disputar as eleições deste ano. Ele é pré-candidato a deputado federal. Igor pediu demissão do cargo após revelação de que compõe a Jari.
Também integra a Jari o subprefeito de Talhado, Paulo Nimer Filho, presidente municipal do partido do prefeito, o MDB. De acordo com dados do Portal da Transparência, Nimer recebeu R$ 35,6 mil para participar da Jari neste ano. Como subprefeito de Talhado, Nímer tem ganho mensal de mais de R$ 6 mil reais.
Também compõe a junta, o secretário de Saúde, o médico Aldenis Borim, que recebeu mais de R$ 12 mil este ano. Seu salário como secretário atinge quase R$ 13 mil reais.
O que chama atenção na denúncia recebida pelo Ministério Público é que todos estes nomes têm ligações políticas. Entendimento do MP e do próprio Contram (Conselho Nacional de Trânsito) é que para fazer parte da junta seria necessário ter conhecimentos técnicos específicos sobre a legislação de trânsito – o que não seria o caso de Borim, Nimer e Pursino.
Cada reunião dos membros para analisar os recursos gera um ganho extra de até R$ 500 reais. Podem ocorrer até nove encontros por mês, ou seja, R$ 4,5 mil reais para cada um.
O Ministério Público de Rio Preto deu prazo de 30 dias para que a Prefeitura preste esclarecimentos sobre as nomeações na Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infração), vinculada a secretaria de Trânsito. O pedido partiu do promotor Cláudio Santos de Moraes que aguarda as informações para determinar abertura ou não de inquérito.
Para o a autor do requerimento de convite, Marco Rillo (PT), será a oportunidade de o secretário esclarecer uma vez por todas como funciona a escolha dos nomes para a Jari. “Queremos saber os critérios. Mesmo que não haja ilegalidade a população quer saber a qualificação que é levada em conta para colocar determinada pessoa para julgar os recursos dos motoristas”, diz Rillo.
Para o vereador Renato Pupo (PSD) existe muita polêmica em torno do assunto. “Surgiram muitas informações pela imprensa. Para o bem do secretário e da administração a presença dele é importante”, afirma.

 

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