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A novela do contorno ferroviário em Rio Preto

Gazeta de Rio Preto traz resumo sobre as promessas não cumpridas e dificuldades em se retirar os trilhos da cidade; custo da obra está estimado em R$ 500 milhões

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De promessas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a pressão de políticos e representantes do Ministério Público local, o contorno dos trilhos do trem, que cortam Rio Preto, ganhou sobrevida com o leilão da ferrovia Norte-Sul.  A empresa Rumo foi a vencedora do processo com proposta de R$ 2,7 bilhões. Com isso, existe expectativa que em breve investimentos, como o contorno ferroviário na cidade, possam avançar. A obra do contorno ferroviário prevê a retirada dos trilhos das cidades de Rio Preto, Mirassol e Cedral, com extensão estimada em 60 quilômetros. O custo total é de aproximadamente R$ 500 milhões.

Segundo a Rumo, a renovação da malha deverá expandir a capacidade de transporte em todas as ferrovias paulistas, passando dos atuais 30 milhões de toneladas para cerca de 75 milhões de toneladas ao ano. No plano, estão previstas ainda duplicações de trechos, ampliação de pátios, modernização de via e obras. O acordo entre o governo federal e a empresa Rumo para renovar antecipadamente, por mais 30 anos, a concessão das principais vias férreas do estado de São Paulo, está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Pela legislação vigente, as renovações precisam do aval do órgão para serem aceitas.

Após análise, é emitido um relatório que será debatido pelo plenário do TCU, validando ou não a renovação da concessão e as intervenções previstas. Com a renovação de contrato a estimativa é que dobre a quantidade de comboios que passam diariamente em Rio Preto. De 24 composições atualmente passariam a 48 trens por dia.

No dia 27 do mês passado, um dia antes do leilão da ferrovia Norte-Sul, o prefeito Edinho Araújo (MDB) tratou do assunto com o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), outro representante político ligado à região.

Promessa de Dilma

No dia 4 de abril de 2014, há cinco anos, a então presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Rio Preto para inaugurar, ao lado do prefeito Valdomiro Lopes (PSB), casas populares do Residencial Lealdade e Amizade, conjunto financiado com recursos federais do programa Minha Casa, Minha Vida. Na ocasião Dilma foi questionada sobre o contorno ferroviário de Rio Preto, obra que naquele momento era cobrada, já que um ano antes, em novembro de 2013, um descarrilamento de parte dos vagões da composição da ALL, matou oito pessoas, sendo 5 da mesma família, no bairro Jardim Conceição. 

Dilma afirmou que “o projeto será incluído na terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de lançamento para agosto (2014). Ela garantiu ainda que a “obra se torna irreversível.”.

Passados três anos das promessas de Dilma, no dia 24 de março de 2017, Michel Temer (MDB), então presidente do Brasil, também esteve em Rio Preto para ao lado do prefeito Edinho repetir o protocolo da petista e inaugurar 1,3 casas populares no Residencial Solidariedade.

De uma visita presidencial a outra apenas uma diferença marcante: se Dilma prometeu agilidade no projeto do contorno dos trilhos, Temer sequer falou sobre o assunto e, após uma breve coletiva de imprensa, virou as costas e foi embora.

Passados dois dias da visita de Temer a Rio Preto dois vagões da empresa Rumo, antiga ALL, descarrilaram na altura da rua General Glicério na região central da cidade. Não houve vítimas. Após oito pessoas morrerem, em 2013, e do descarrilamento no centro, em 2017, pouco foi feito para se evitar tragédias na cidade.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) disparou em 2015 licitação para contratar projeto que iria realizar estudos para desvio da linha férrea do perímetro urbano de Rio Preto. O projeto era para Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTA) e projeto básico para futura obra. O custo foi de R$ 7,1 milhões. No entanto, devido a crise econômica que passava o país e turbulência política que culminou no impeacheament de Dilma o estudo não foi prioridade dentro do governo Temer. A empresa que ganhar a concorrência para executar o contorno dos trilhos do perímetro urbano terá de elaborar três trajetos para o contorno ferroviário.

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