Política
CPI dos Combustíveis ouve nova testemunha
Gazeta revelou indícios de desvios e fraudes no uso de combustíveis da Garagem Municipal

Vereadores membros da CPI dos Combustíveis que investiga supostos desvios de gasolina e óleo diesel da Garagem Municipal colheram nesta segunda-feira, dia 29, mais um depoimento. Américo Antônio da Silva, servidor público desde 1997, falou aos membros da comissão como testemunha. O servidor, que hoje trabalha no setor de iluminação da secretaria de Obras, foi questionado sobre suas funções quando atuava na Garagem Municipal, no setor de abastecimento de veículos. O período da investigação e entre 2013 a 2016, durante governo do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB).
O servidor também respondeu ao questionamento da Comissão sobre denúncia de que funcionários da secretaria de Obras teriam realizado serviços particulares para outro servidor da pasta, utilizando, inclusive, material da Prefeitura Municipal.
Fatos graves
Em reportagem neste mês, a Gazeta de Rio Preto revelou parte dos depoimentos colhidos pela CPI, que revelam fortes indícios de irregularidades na utilização de combustíveis por parte de funcionários da Secretaria de Serviços Gerais, responsável pela Garagem Municipal.
O depoimento que mais chamou a atenção da comissão foi o de Ricardo Racanicchi, servidor público municipal há 22 anos, que em 2014 atuou na Garagem Municipal, exercendo função de controle dos veículos.
Consta em ata do depoimento dele que “os motoristas tinham autonomia para fazerem o abastecimento direto na Garagem Municipal, sem necessidade de requisição, e depois apresentavam a ele um ticket do abastecimento com a quantidade de litros abastecidos no veículo”. Ainda segundo o servidor não havia “um limite de abastecimento, podendo chegar a mais de um tanque por dia”, afirmou.
No entanto, a revelação mais grave no depoimento foi o fato de que em 2014 houve um consumo acima da média quando comparado aos anos anteriores. “De um consumo de 3 ou 4 litros de óleo diesel usados ao final do dia para a limpeza das máquinas, e que chegava a 15 litros por semana, subiu consideravelmente chegando a 200 litros em uma semana para o mesmo serviço de limpeza de máquinas, sem que houvesse alteração na quantidade de máquinas”, diz o servidor.
Ainda segundo ele, depois da descoberta do uso “excessivo” decidiu-se “misturar detergente no óleo diesel como forma de diminuir o consumo”. O presidente da CPI, vereador Pedro Roberto Gomes (Patriota) afirma que existem fortes indícios de desvios por parte de funcionários no período. “Tem um indício muito forte de venda de combustível, não sabemos a quantidade. Neste contexto surgiu uma denúncia de um funcionário que estaria usando o carro para ir pra sua casa, nos finais de semana, a gente vai analisar o consumo deste veículo que ele utilizava. E vamos nos aprofundar um pouco mais e depois ouvir estas pessoas que estão sendo acusadas”, explicou Pedro.
Ainda segundo o vereador, em outro depoimento foi revelado “que alguém ofertou combustível em um condomínio residencial”. A estratégia dos membros da CPI, que além de Pedro conta ainda com os vereadores Anderson Branco (PR) e Renato Pupo (PSD), é ouvir as pessoas citadas nos depoimentos.